Importação de fertilizantes aumenta no Brasil
Voluume de 2023 fica perto do recorde de 2021
Foto: Divulgação
Por Luiz Antonio Pinazza
Engenheiro Agrônomo - agronegócio e sustentabilidade
Colaboração e revisão Aline Merladete
Os fertilizantes importados continuam desempenhando um papel crucial na produção agrícola do Brasil, representando aproximadamente 85% do consumo total no país, conforme análise do engenheiro agrônomo e consultor do Portal Agrolink, Luiz Antonio Pinazza. De acordo com dados divulgados pela Associação Nacional para Difusão de Adubos (ANDA), no primeiro semestre de 2023, cerca de 18,610 milhões de toneladas desses insumos foram distribuídas ao consumidor final, mantendo-se estáveis em comparação com o mesmo período do ano anterior, que registrou 18,75 milhões de toneladas, uma diferença mínima de 140 mil toneladas.
A safra recorde de grãos alcançada durante o período 2022/23, aliada a margens satisfatórias para os produtores, impulsionou o otimismo no setor para o plantio subsequente. Diante desse cenário promissor, as importações de fertilizantes no segundo semestre de 2023 atingiram quase 60% do total anual, totalizando 41,005 milhões de toneladas, aproximando-se do recorde de 41,453 milhões de toneladas registrado em 2021, quando os preços das commodities e dos fertilizantes estavam em ascensão nos mercados mundiais.
Entretanto, as projeções para a temporada 2023/24 apresentam desafios significativos, com a queda irreversível no ciclo de produção de grãos. Eventos climáticos adversos, desencadeados pelo fenômeno do El Niño, resultaram em escassez de chuvas e temperaturas elevadas no centro-oeste, combinadas com excesso de precipitação na região sul, afetando o plantio e o desenvolvimento das culturas cruciais da segunda safra nacional. Diante disso, o monitoramento das áreas produtoras torna-se fundamental.
As estimativas apontam para um aumento nos estoques de passagem de fertilizantes de 2023 para 2024. No último trimestre de 2023, foram importadas 12,334 milhões de toneladas desses insumos. Em comparação com o período anterior, houve um aumento significativo, pois no mesmo trimestre de 2022 foram importadas 8,4 milhões de toneladas, conforme dados da ANDA. Vale ressaltar que a guerra entre Rússia e Ucrânia impactou as cotações do insumo, reduzindo a comercialização no Brasil em 2022, após atingir 45,85 milhões de toneladas em 2021. No entanto, a nível global, a queda nos preços permitiu a recuperação do mercado durante o ano de 2023.
