Impacto sazonal reduz preços do trigo global
Em termos de recomendações, a quebra do nível de suporte atual oferece oportunidades
Segundo a análise da TF Agroeconômica, os preços do trigo continuam a cair principalmente devido à influência da produção no Mar Negro, onde os países dessa região, grandes produtores e exportadores de trigo, acabaram de colher suas safras e precisam escoar grande parte delas em apenas três meses. Esse período curto, entre meados de julho e meados de novembro, é determinado pelas condições climáticas adversas que congelam rios e cobrem ferrovias com neve, dificultando o transporte. Como resultado, os produtores do Mar Negro estão mais agressivos no mercado, o que complica a redução dos estoques nos EUA.
Outro fator que contribui para a queda dos preços é a grande safra americana, que superou as previsões iniciais. Essa abundância de oferta no mercado americano pressiona os preços para baixo, exigindo uma maior demanda para equilibrar o mercado. Além disso, a greve na ferrovia canadense, principal via de escoamento do trigo de inverno dos EUA, trouxe um impacto inesperado, agravando ainda mais a situação.
No entanto, a TF Agroeconômica destaca que esses fatores são sazonais e devem se dissipar, o que pode resultar em maiores importações dos EUA e, consequentemente, na elevação das cotações nas Bolsas de Chicago e Kansas. Já há sinais positivos, como o aumento nas exportações semanais de trigo americano, que superam as do mesmo período do ano passado, indicando uma demanda constante e uma tendência de alta nos preços.
Em termos de recomendações, a quebra do nível de suporte atual oferece oportunidades de compra a preços mais baixos, possibilitando ganhos maiores quando as cotações do trigo na CBOT voltarem a subir. No mercado de farinhas, há uma intensa competição por fatias de mercado, com algumas empresas sacrificando parte dos lucros para ganhar a preferência dos compradores. Essa guerra comercial pode diminuir significativamente com a entrada da nova safra, que, se de boa qualidade e a preços competitivos, poderá reduzir ainda mais os preços no mercado doméstico, atualmente entre R$ 1.550/t e R$ 1.700/t CIF.