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IFB desenvolve fertilizante que reduz custos para agricultura



O Instituto Fosfatado Biológico (IFB Biotecnologia), empresa de pesquisa e desenvolvimento de biotecnologias e soluções para área ambiental, colocou no mercado um fertilizante que dispensa importações e reduz custos para a agricultura. O produto, batizado de BioAtivo, atua na solubilização da rocha fosfática, substituindo o ácido sulfúrico, que, por sua vez, exige a compra de enxofre no mercado externo e gastos em dólares.

Os gastos diretos com adubação podem cair em até 30%, comparados aos sistemas convencionais, segundo estimativa da empresa. Com sede em Goiânia (GO), a IFB prepara-se para ampliar sua área de atuação, sempre por meio de franquias, com a abertura de fábricas em Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraná e mais duas em São Paulo ainda neste ano.

No próximo ano, adianta José Roberto Barreto, diretor da IFB, está prevista a abertura de duas unidades em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. A empresa atua em 12 estados por meio de 37 franqueados, e só não está presente em cinco estados da região Norte. Cada fábrica dessas tem um custo estimado entre R$ 100 mil a R$ 200 mil, levando-se em conta uma capacidade instalada para algo em torno de 10 mil toneladas.

"A vantagem é que se pode pensar em indústrias descentralizadas, o que reduziria custos de transporte para a agricultura", aponta Barreto. Os gastos para implantação das indústrias são proporcionalmente muito mais baixos. Uma planta de ácido sulfúrico, levando-se em conta uma capacidade de produção de 70 mil toneladas por ano de superfosfato simples, não sairia por menos de US$ 10 milhões, nos cálculos de Barreto. Para fazer a mesma quantidade de fertilizante, uma unidade com a marca da IFB teria um custo médio de US$ 175 mil.

Biorremediação

Criada oficialmente em 1998, a empresa fez a opção de não imobilizar capital em indústrias para concentrar esforços em pesquisa e desenvolvimento, o que, presumivelmente, ajudaria a assegurar maior flexibilidade na operação, além de abrir canais mais ágeis para difundir e vender as tecnologias por ela desenvolvidas.

No ano 2000, a IFB buscou um outro sócio para montar a BioAmbiental, empresa de prestação de serviços que trabalha com o que os especialistas em meio ambiente chamam de biorremediação - prática de promover soluções eficazes para tratamento e recuperação de esgotos domésticos e efluentes industriais.

O ponto de contato entre as duas empresas está exatamente no "inóculo biológico" desenvolvido pela IFB, num trabalho comandado pelo engenheiro agrônomo e sócio da empresa, Paulo Henrique Murgel, sob a consultoria técnica do sanitarista Samuel Murgel Branco, que é ex-diretor da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), ligada à Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo, fundador da Universidade Federal de São Carlos (SP) e um dos responsáveis pela introdução, no Brasil, da engenharia sanitária.

Fungos e bactérias

O inóculo biológico, mistura de fungos e bactérias responsáveis por acelerar o processo de degradação de matérias orgânicas, pode ser aplicado tanto na agricultura, em sistemas de adubação biológica, como na área de saneamento básico, com resultados equivalentes ou mesmo superiores, nos dois casos, à bateria de produtos desenvolvidos pela química tradicional.

Na verdade, diz Paulo Henrique Murgel, não há exatamente uma novidade no mercado - embora os sócios e consultores da IFB mantenham sob sigilo absoluto a composição de seu inóculo biológico. "A grande descoberta foi o desenvolvimento do sistema para se fazer o blend (mistura) de fungos e bactérias; isso otimizou o processo biológico", conta o engenheiro agrônomo. O processo de produção e de aplicação da técnica também sofreu alterações, desde seu início, que possibilitaram o uso comercial do BioAtivo - nome oficial do adubo organomineral, que ganhou registro definitivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento no final de 2000, depois de uma parceria firmada entre a IFB, a Universidade Federal de Goiás e a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da Universidade de São Paulo (USP).

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