IBGE projeta safra de milho em 109,9 milhões de toneladas
Aguarda-se uma conjuntura climática mais benéfica para a segunda safra de milho
A estimativa para a produção de milho foi de 109,9 milhões de toneladas, 0,9% acima do mês anterior e de 25,2% em relação a 2021. Após uma grande queda na produção em 2021, efeito do atraso do plantio da 2ª safra e da falta de chuvas nas principais Unidades da Federação produtoras, aguarda-se um ano dentro da normalidade, o que propiciará a recuperação das lavouras, inclusive devendo atingir um novo recorde nacional. Os dados são do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), do IBGE.
Para o milho 1ª safra, a estimativa é de uma produção de 27,2 milhões de toneladas, declínio de 4,6% em relação ao mês anterior e aumento de 6,1% em relação à safra de 2021. Embora, as chuvas tenham chegado de forma antecipada na maior parte do país, iniciando o ano agrícola no tempo certo, a partir da segunda metade do ciclo da cultura, faltaram chuvas na Região Sul, o que derrubou consideravelmente o potencial de produção da safra.
No Paraná, a produção estimada foi de 2,7 milhões de toneladas, declínio de 25,9% no mês, tendo o rendimento médio caído 26,4%. Em Santa Catarina, a produção foi estimada em 2,4 milhões de toneladas, declínio de 18,0% em relação ao mês anterior e aumento de 20,0% em relação a 2021. No Rio Grande do Sul, maior produtor nacional de milho 1ª safra, a produção foi estimada em 5,2 milhões de toneladas, a mesma estimativa no mês anterior. Contudo, a expectativa é de declínios para os próximos meses, à medida que os levantamentos de campo começarem a mostrar as perdas em decorrência da estiagem e das altas temperaturas.
Em Minas Gerais, importante produtor de milho 1ª safra do País, com participação de 18,8% do total, a produção deve alcançar 5,1 milhões de toneladas, 4,5% acima do ano anterior. Em São Paulo, a estimativa da produção foi de 1,8 milhão de toneladas, declínio de 19,1% em termos anuais. Em Mato Grosso, a estimativa da produção foi de 377,8 mil toneladas, altas de 17,5% em relação ao mês anterior e de 28,4% em relação ao ano anterior. Em Goiás, a estimativa da produção foi de 1,4 milhão de toneladas, declínio de 8,7% em relação a 2021 e em Mato Grosso do Sul, 173,0 mil toneladas, aumento de 31,9% no mesmo comparativo.
Para o milho 2ª safra, a estimativa da produção é de 82,7 milhões de toneladas, aumentos de 2,9% em relação ao mês anterior e de 33,1% em relação a 2021, com crescimento de 3,7% na área a ser plantada. Na safra 2021, na maioria das Unidades da Federação importantes na produção do cereal, o clima prejudicou o desenvolvimento das lavouras da segunda safra. Além disso, o ano agrícola atrasou, encurtando sua “janela de plantio”, o que deixou as lavouras mais expostas às restrições de chuvas durante o ciclo.
Para 2022, aguarda-se uma conjuntura climática mais benéfica para a segunda safra de milho, quando comparada à de 2021. O ano agrícola não atrasou e o plantio da soja foi realizado, em sua maior parte, na época ideal, o que pode favorecer a “janela de plantio” para o milho segunda safra. Aguarda-se crescimento da produção de Mato Grosso (12,5%), do Paraná (164,2%), de Goiás (14,5%), de Mato Grosso do Sul (54,1%), de Minas Gerais (51,7%), de São Paulo (68,4%), de Rondônia (11,5%), do Piauí (77,1%), de Alagoas (50,2%) e do Distrito Federal (64,7%), e declínios na Bahia (-8,3%), no Maranhão (-10,6%), em Sergipe (-0,8%), em Tocantins (-4,8%) e no Pará (-2,8%).