Há mais fatores de baixa do que alta no milho
Grandes compradores no Brasil abastecidos permanecem praticamente fora do mercado
De acordo com a TF Consultoria Agroeconômica, há mais fatores de baixa do que alta no milho. Esse cenário, apontam os analistas de mercado, recomenda que os produtores aproveitem para realizar o lucro que tiveram com o milho de segunda safra, popularmente chamada “safrinha”. Confira o que interfere e pode mexer nas cotações:
FATORES DE ALTA
- Alta em Chicago: o movimento de alta para completar o M ainda permite subir mais até 585, contra os 577 do fechamento desta sexta-feira. Esta é uma recomendação técnica, mas que funciona muito bem. Quem fez o curso conosco sabe do que estamos falando;
- Fundamentos levemente altistas: estoques finais americanos um pouco menores, são levemente altistas. Embora os estoques mundiais estejam um pouco mais altos do que em outubro, os estoques americanos, que tem forte influência nas bolsas do país, estão menores, dando suporte à alta atual das cotações.
FATORES DE BAIXA
- Grandes compradores no Brasil abastecidos permanecem praticamente fora de mercado. Os grandes compradores se adiantaram e fizeram a importação de mais de 1,0 milhão de toneladas quando o preço do milho ainda estava competitivo na Argentina, entre junho e agosto, para receber mensalmente até dezembro. Neste momento estão fora de mercado. Os únicos compradores ativos, são os pequenos granjeiros que não tem capacidade financeira para estocar e fazem compras da mão-para-a-boca pagando o preço dos vendedores.
- Proximidade da colheita da safra de verão: a colheita da safra de milho de verão já começou em alguns lugares, mas o grosso ocorrerá a partir da segunda semana de janeiro, dentro de dois meses, portanto. Mas, destas 8 semanas, há que se tirar duas de interrupção de festas natalinas. Mesmo assim, ficaríamos dentro do período de estocagem regular dos compradores, que não necessitariam sair ao mercado para se reabastecer.
- Grande oferta de trigo para ração, substituindo o milho: Estima-se que cerca de 30% do trigo nacional desta safra não tenha qualidade panificável, devendo ser encaminhado ao setor de ração nos três estados do Sul, que também são grandes produtores de carne. Além disso, os compradores estão adquirindo outros produtos de inverno, como substitutos do milho.