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Grupo norueguês incentiva cafeicultor responsável


A visita do rei na Noruega, Harald V, ao Brasil, nesta semana, terá desdobramento na área cafeeira, com a inauguração, na próxima quinta-feira, na fazenda Lambari, em Poços de Caldas (sul de MG), de um centro cultural e educacional voltado para jovens. A ação social, que deve atingir cerca de 400 adolescentes de 15 fazendas nas vizinhanças da fazenda Lambari, é promovida pela importadora de café norueguesa Kaffehuset Friele, fundada em 1799 e que há mais de um século compra o produto do Brasil.

"Queremos estar junto do começo da cadeia produtiva com um projeto socialmente responsável e ajudar a um amigo histórico que é o Brasil, país do qual a Noruega importa 40% do café que consome " , afirma Jan Gustav Andersen, presidente da empresa. Andersen e Herman Friele, integram a comitiva de empresários que vêm com o rei.

A Friele, que responde por 35% do mercado norueguês de café, estimado em 700 mil sacas por ano, decidiu fazer parceria com a Fazenda Lambari, propriedades de Raymond Rebetez, pela sua atuação na área social de meio ambiente. A propriedade é certificada pela Associação Brasileira de Cafés Especiais e por outros organismos internacionais, a exemplo do Utz Kapeh.

Importadores do grão, como os noruegues, rastreiam as formas de produção, para verificar se há agressão ao meio físico e social, especialmente no trato com crianças. Segundo Jan Gustav Andersen, a Friele premia o produtor com preço melhor por saca, com base nesses indicadores. "Entre prêmios e investimentos no centro cultural, estamos transferindo mais de US$ 300 mil em um ano", afirma. A preferência por Minas , se dá pela localização do plantio nas encostas da serra da Mantiqueira, com solo vulcânico e equilíbrio entre os aspectos solo/clima/sustentabilidade, historicamente favoráveis ao plantio de café arábica.

Andersen aposta no crescimento do mercado, tanto dos cafés comuns, quanto dos especiais. A Noruega é listada como o 3º maior mercado consumidor de café per capita do mundo, tendo importado do Brasil, em 2000, o equivalente a 209.685 sacas, número que subiu para 274.223 sacas em 2002 e deve chegar a 280 mil neste ano.

A Fazenda Lambari está voltada para a produção de cafés gourmets, com a marca "Astro" para o mercado norte-americano, no equivalente a 100 sacas por mês. Exportado em pacotes a vácuo, o produto garante uma receita por saca, em média de US$ 450, contra US$ 55/60 do produto verde em grão.

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