Governo privatiza mais 22 aeroportos
Investimentos são estimados em R$ 6,1 bilhões em 30 anos de concessão
Ocorreu na manhã desta quarta-feira (7) o leilão de privatização de 22 aeroportos do Brasil. Eles foram organizados em 3 blocos: Sul, Norte e Central.
O leilão foi realizado na Bolsa de Valores (B3) em São Paulo, e teve sete interessados. O consórcio Companhia de Participações em Concessões, subsidiaria da CCR, levou os blocos Sul e Central. Já a francesa Vinci ficou com o bloco Norte.
Segundo o Ministério da Infraestrutura, o ágio médio foi de 3.822%, o que representou uma arrecadação R$ 3,1 bilhões acima do mínimo fixado pelo edital para o valor de contribuição inicial (R$ 186,2 milhões). A CCR arrematou o bloco Sul por R$ 2,128 bilhões (ágio de 1.534,36%) e o bloco Central por R$ 754 milhões (ágio de 9.156,01%). A Vinci arrematou o bloco Norte por R$ 420 milhões (ágio de 777,47%).
A concessão é por 30 anos e o governo espera investimento de R$ 6,1 bilhões, sendo R$ 2,8 bilhões no Bloco Sul, R$ 1,8 bilhão no Bloco Central, e R$ 1,4 bilhão no Bloco Norte. Além do valor à vista, as regras do leilão preveem uma outorga variável, a ser paga a partir do quinto ano de contrato.
Este é o segundo leilão de aeroportos do governo do presidente Jair Bolsonaro. No anterior, realizado em março de 2019, o governo arrecadou R$ 2,377 bilhões à vista com a transferência de 12 aeroportos para a iniciativa privada.
A semana terá ainda o leilão da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) na quinta-feira (8) e de 5 terminais portuários no Maranhão e no Rio Grande do Sul, na sexta-feira (9). O governo espera garantir mais de R$ 10 bilhões em investimentos privados.
Juntos os aeroportos leiloados hoje envolvem terminais em 12 Estados erepresentam 11% do total do tráfego de passageiros em condições normais de demanda, o equivalente a 24 milhões de passageiros por ano, segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Bloco Sul:
• Aeroporto de Curitiba, PR – Afonso Pena (SBCT)
• Aeroporto de Foz do Iguaçu, PR – Cataratas (SBFI)
• Aeroporto de Navegantes, SC – Ministro Victor Konder (SBNF)
• Aeroporto de Londrina, PR – Governador José Richa (SBLO)
• Aeroporto de Joinville, SC – Lauro Carneiro de Loyola (SBJV)
• Aeroporto de Bacacheri, PR (SBBI)
• Aeroporto de Pelotas, RS (SBPK)
• Aeroporto de Uruguaiana, RS – Rubem Berta (SBUG)
• Aeroporto de Bagé, RS – Comandante Gustavo Kraemer (SBBG)
Bloco Norte
• Aeroporto Internacional de Manaus, AM – Eduardo Gomes (SBEG)
• Aeroporto de Porto Velho, RO – Governador Jorge Teixeira de Oliveira (SBPV)
• Aeroporto de Rio Branco, AC - Plácido de Castro (SBRB)
• Aeroporto de Cruzeiro do Sul, AC (SBCZ)
• Aeroporto de Tabatinga, AM (SBTT)
• Aeroporto de Tefé, AM (SBTF)
• Aeroporto de Boa Vista / RR – Atlas Brasil Cantanhede (SBBV)
Bloco Central
• Aeroporto de Goiânia, GO – Santa Genoveva (SBGO)
• Aeroporto de São Luís, MA – Marechal Cunha Machado (SBSL),
• Aeroporto de Teresina, PI (SBTE) – Senador Petrônio Portella,
• Aeroporto de Palmas, TO – Brigadeiro Lysias Rodrigues (SBPJ)
• Aeroporto de Petrolina, PE – Senador Nilo Coelho (SBPL)
• Aeroporto de Imperatriz, MA – Prefeito Renato Moreira (SBIZ)
Desde 2011, as rodadas de concessão de aeroportos no Brasil já concederam o equivalente a 78% do tráfego nacional à iniciativa privada. O governo prevê realizar até dezembro a relicitação do aeroporto de São Gonçalo do Amarante, em Natal (RN). Para 2022, está previsto o leilão da 7ª rodada, que incluirá Santos Dumont (RJ) e Congonhas (SP).
Em março de 2019 foram concedidos os aeroportos dos blocos Nordeste (Recife, Maceió, João Pessoa, Aracaju, Juazeiro do Norte e Campina Grande); Sudeste (aeroportos de Vitória (ES) e Macaé, no Rio de Janeiro) e Centro-Oeste (Cuiabá, Sinop, Rondonópolis e Alta Floresta, todos no Mato Grosso).