Governança pública e priada no Plano Safra 2023/24
Forte incremento na produção durante o período pós 1990, a agricultura brasileira marcha firme para alimentar um décimo da população mundial
Foto: Divulgação
Por Luiz Antonio Pinazza
Engenheiro Agrônomo - agronegócio e sustentabilidade
Colaboração Aline Merladete
Com forte incremento na produção durante o período pós 1990, a agricultura brasileira marcha firme para alimentar um décimo da população mundial. Os estudos dessa demanda foram projetados pela Embrapa. Com a pandemia do Covid 19 e a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, as cadeias de suprimentos desorganizaram com crise de abastecimento e onda global de inflação dos alimentos. As safras 2020/21 e 2021/22, configuravam esse cenário de incerteza internacional
Diante dessa conjuntura com risco de escassez, o Brasil emergiu, tendo alçado posição de destaque enquanto fornecedor de produtos agrícolas. Bem-sucedida, a atual safra 2022/23, com a estratégia diplomática desenvolvida pelo governo, empresários e técnicos, em visitar países para atender as importações nacionais de fertilizantes, teve os problemas praticamente solucionados. Mesmo com oferta limitada de crédito rural, a 9ºestimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) aponta, neste mês de junho, expansão de área e produção. Suplantada, a marca de 300 milhões de toneladas foi rompida.
As metas dos recursos apresentados pela Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a Organização Brasileira das Cooperativas (OCB) variam em pequeno intervalo. Os valores convergem próximos de R$ 410 bilhões, sendo R$ 125 bilhões para investimentos e R$ 285 bilhões para custeio. Face ao esgotamento precoce dos recursos para equalização das taxas de juros nas três últimas temporadas, solicita-se a disponibilidade de 25 bilhões ao longo dos 12 meses do ciclo agrícola, sem interrupções e de forma previsível.
O protagonismo do Brasil se encontra bem desenhado em termos de participação na segurança alimentar do planeta. Cabe a governança pública e privada terem sinergia para olharem a ordem dos desafios a serem cumpridos na construção factível do Plano de Safra 2023/24. Os governos sempre apoiaram o agronegócio como regra geral. O mercado de capitais cresceu em 2022 para R$ 264,4 bilhões (+125%) na Cédula do Produtor Rural (CPR) e R$97,7 bilhões (+52%) na Cédula de Recebíveis do Agronegócio (CRA). A Cédula do Produto Rural (CPR) já alcançou R$ 218,91 bilhões (+66%) na safra 2022/23.
Para fechar, assinalar os planos do Ministro Carlos Fávaro, do Ministério da Agricultura e Pecuária, junto com equipes do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). Novos requisitos de sustentabilidade serão introduzidos para contemplar com benefícios adicionais os produtores que incorporarem boas práticas ambientais na produção. Acelerar os processos de redução de emissões de gases do efeito estufa, assegurar novos ganhos de produtividade e ampliar o alcance das políticas de baixo carbono, especialmente na agricultura familiar, agregando povos e populações originários.
