A Camex transferiu para 31 deste mês a reunião - marcada para ontem (23-07) - que analisaria a proposta de reduzir de 11,5% para 2% a Tarifa Externa Comum (TEC) ao arroz importado de países de fora do Mercosul. O adiamento animou orizicultores gaúchos que tentam reverter a tendência. Representantes de Federarroz, Farsul, Irga, Fearroz, Sindarroz, Sindapel, Irga, parlamentares e produtores reuniram-se ontem com o governador Germano Rigotto, no Palácio Piratini, reforçando o pleito, com a entrega da Carta de Santa Maria. Foram doados simbolicamente 70kg, "100% sem subsídio".
Rigotto afirmou ter alertado o ministro da Fazenda, Antônio Palocci, sobre os danos à produção brasileira com o ingresso de arroz subsidiado, especialmente dos EUA e da Tailândia. A Fazenda, diz Rigotto, estuda redução temporária da taxa para que possam ser importadas de 800 mil a 1 milhão de toneladas para atender ao consumo no país. As entidades garantem que não há risco de desabastecimento e, se houvesse, seria resolvido com arroz argentino e uruguaio. O vice-presidentre da Federarroz, Valter P'tter, acredita que o adiamento foi motivado pela pressão dos parceiros do bloco.
O presidente da Comissão de Arroz da Farsul, Francisco Schardong, disse que da manutenção da TEC depende o futuro da lavoura. O presidente do Irga, Pery Coelho, teme que posições individuais do Brasil possam criar um problema diplomático no Mercosul. O presidente da Comissão de Agricultura da Assembléia, Jerônimo Goergen, adiantou que no dia 13 de agosto haverá reunião das Comissões de Agricultura e do Mercosul com embaixadores e cônsules do bloco, em Porto Alegre. Haverá doação de 1,5 mil toneladas de arroz.