O secretário da Agricultura, José Mário Schreiner, informou que Goiás apresentará, hoje, em reunião da Câmara Setorial do Milho, no Ministério da Agricultura, diversas propostas com vistas a reduzir a crise na comercialização do produto. Entre as principais sugestões estão a delançamento de contratos de opção para mais 1,5 milhão de toneladas de milho e uma atuação mais firme do governo no mercado físico, adquirindo produto para a formação dos estoques reguladores.
De acordo com o secretário, o governo já liberou contratos de opção para 1,5 milhão de toneladas de milho, mas a medida se revelou insuficiente, dado às dimensões da colheita na safra que se encerra. “Nossas estimativas é de que, só no Centro-Oeste, os excedentes de milho cheguem a 3 milhões de toneladas”, diz José Mário Schreiner.
Quanto às aquisições oficiais, ele explica que a sugestão é de que sejam ampliadas, visto que até agora estão limitadas a R$ 2.500,00 por produtor, o que praticamente restringe a utilização desse instrumento aos pequenos agricultores.
O secretário da Agricultura esclarece que medidas locais também estão sendo cogitadas. Na segunda-feira passada, por exemplo, ele recebeu em seu gabinetes os representantes da cadeia produtiva para discutir uma solução para a crise na comercialização do milho.
No final do encontro, além das sugestões que serão apresentadas ao governo federal, ficou acertado que indústrias e granjas não se aproveitarão da oportunidade para comprimir ainda mais os preços do produto e ficou marcada uma nova reunião para a próxima semana, para início das discussões de contratos de comercialização da safra 03/04.
Também por solicitação de José Mário Schreiner, o Banco do Brasil abriu a possibilidade de prorrogação do pagamento da primeira parcela do custeio do milho, que em princípio, vence em 20 de julho.
O secretário argumentou com o banco que as cotações, que já estão baixas, poderão cair mais ainda, se o produtor for obrigado a comercializar seus estoques a qualquer preço quitar a parcela do financiamento.
O Banco do Brasil adiantou, entretanto, que só aceita discutir o assunto caso a caso, pois para prorrogar o vencimento da dívida o produtor deverá comprovar que foi vítima de frustração de safra, ou de fato teve problemas com a comercialização da produção.