Produção de trigo avança em Goiás
A nível global, as cotações do trigo sofreram queda no final de julho
De acordo com dados da edição de setembro do boletim Agro em Dado da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), o trigo (Triticum aestivum L.), originário da Mesopotâmia há cerca de 10 mil anos, é uma das gramíneas mais cultivadas e consumidas no mundo. Com uma produção global estimada em 789,6 milhões de toneladas para a safra 2023/24, o trigo fica atrás apenas do milho, que lidera com 1,2 bilhão de toneladas. Entre os principais produtores mundiais estão a China, a União Europeia, a Índia e a Rússia. O Brasil, por sua vez, ocupa a 16ª posição, com 8,1 milhões de toneladas, representando 1% da produção mundial.
O trigo no Brasil, por ser uma cultura de inverno e de clima ameno, é cultivado principalmente nos estados do Paraná e Rio Grande do Sul. No entanto, a expansão da produção para outras regiões, como o Centro-Oeste, tem ganhado força por meio da pesquisa e do desenvolvimento de cultivares mais adaptáveis, incluindo Goiás, onde a cultura é realizada tanto em sequeiro quanto por irrigação, conforme as informaçõe do boletim.
Segundo o Agro em Dados, em Goiás, o trigo irrigado encontra-se em fase de pré-colheita em algumas áreas, enquanto o trigo de sequeiro já teve a colheita encerrada, com uma produtividade alcançando até 2,7 toneladas por hectare em algumas regiões, apesar dos desafios climáticos e das doenças fúngicas que afetaram as lavouras.
O Brasil ainda depende de importações para atender à demanda interna de trigo, principalmente da Argentina. As importações brasileiras do cereal somaram 4 milhões de toneladas de janeiro a julho de 2024, quase alcançando o total importado em 2023. Esse aumento é resultado da queda na qualidade do trigo produzido localmente devido às condições climáticas adversas. Em Goiás, as importações de trigo também superaram os números de 2023 em termos de volume e valor.
A nível global, as cotações do trigo sofreram queda no final de julho, reflexo da oferta recorde impulsionada pela boa safra dos principais produtores do Hemisfério Norte, Argentina e Rússia, com esta última destacando-se por sua competitividade nos preços.