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Fundo compra a Cardume para vender carpas e tilápias

A partir de março de 2007 a marca de pescados Cardume estará de volta ao mercado regional de SC



Fundo de investimento privado, composto por 10 empreendedores que já ocuparam cargos executivos em agroindústrias de Santa Catarina, adquiriu a Cardume Indústria e Comércio de Peixes, frigorífico de pescado de água doce (tilápias e carpas) de Chapecó (SC), que estava fechado desde dezembro de 2005. O presidente do Conselho de Administração, Antônio Carlos Moschetta, que foi controler da área financeira da Sadia, onde atuou 20 anos, afirma que a partir de março de 2007, a marca de pescados Cardume estará de volta ao mercado regional e também nos supermercados, empórios, hotéis e restaurantes de São Paulo. Em 2008, o filé da tilápia será também exportado para América do Norte e Europa.

Moschetta afirma que a meta é quintuplicar a produção de peixe no primeiro ano, principalmente a tilápia, que responderá por 80% da criação, e multiplicar por 20 no terceiro ano. Em 2007, o faturamento previsto é de 5 milhões, em 2008, 10 milhões e em 2009, 23 milhões. A capacidade atual do frigorífico é de 10 toneladas por dia, mas estava produzindo somente uma tonelada por dia. "Vamos reiniciar com produção de 5 toneladas", diz. Num primeiro momento, serão investidos R$ 2,3 milhões na ampliação e produção de peixe. O valor da compra com frigorífico não foi revelado.

O executivo conta que a empresa, fundada em 1999, fechou porque estava muito voltada para a produção, mas tinha visão limitada de mercado. "Só vendia para a região oeste de Santa Catarina, onde o consumo de carne de peixe é de dois quilos per capita, um dos menores do Brasil". Segundo ele, o consumo em Santa Catarina é de seis quilos per capita e o de São Paulo, de 16 quilos per capita. Entre os clientes alvos estão o grupo Pão de Açúcar e empórios Santa Maria e Santa Luzia. Depois, a idéia é expandir no mercado externo, para onde pretende, em 2008, destinar 50% da produção.

A empresa tinha 21 funcionários e não há dívida trabalhista pendente. "A situação financeira é difícil mas equalizável. A principal é com a Agência Catarinense de Desenvolvimento (Badesc), que vamos negociar", afirma Moschetta. O frigorífico volta a operar com 50 empregados diretos e 300 indiretos.

A Cardume ocupa uma área de 15 mil metros quadrados e as instalações e equipamentos para processamento de peixe são modernos e estão em bom estado. A estrutura física atual, no entanto, representa 30% das necessidades da empresa, nesta nova fase. Os novos controladores trabalham para criar uma base produtiva que será formada por 400 açudes em municípios da região oeste catarinense. A oferta de matéria-prima (peixe vivo) será ajustada aos novos padrões de produção e os criadores, que já estão recebendo alevinos de tilápia para engorda, atuarão no sistema integrado, semelhante ao adotado nas agroindústrias de aves e suínos.

A criação de pescados é considerada uma atividade vital para a sustentabilidade ambiental pelas prefeituras da região oeste de Santa Catarina porque o peixe não polui. Elas serão parceiras do negócio e se comprometeram a construir novos açudes e reformar os existentes. A base produtiva rural será instalada em um raio de 200 km de Chapecó

Escritório em São Paulo, que atende frigoríficos de suínos, passará a atender a Cardume e todos os canais de vendas serão utilizados, inclusive na exportação. Segundo Moschetta, um dos sócios do fundo, Milton Bordignon, que é o diretor executivo da Cardume, tem experiência de 23 anos na Seara (Bunge e Ceval), e vai utilizar seu amplo conhecimento do mercado de carnes.

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