Fumicultores usam estufa com energia solar para curar tabaco
Outro grande diferencial é a economia em energia elétrica que pode chegar a 78%

O processo de cura do tabaco, feito com energia elétrica e fogo, agora pode ter os custos reduzidos com uma estufa movida a energia solar. O equipamento foi desenvolvido pelo Centro de Desenvolvimento Agronômico, Extensão e Treinamento (ADET), em Santa Cruz do Sul (RS).
A estufa solar reduz em 29% a utilização de lenha na cura do tabaco, diminui necessidade de mão-de-obra e emissão de gases do efeito estufa. A energia solar aquece o ar que vai fazer a cura. Em dias com bastante sol a estufa é capaz de realizar as duas primeiras fases do processo (amarelação e murchamento) sem necessidade de queima de lenha. Já na secagem da folha e do talo a energia solar complementa o calor vindo da fornallha, especialmente em dias nublados, chuvosos e a noite. O sistema também conta com controlador de cura, paredes antichamas e inversores de frequência que auxiliam no controle do fluxo interno de ar de acordo com cada fase.
Outro grande diferencial é a economia em energia elétrica, normalmente um custo alto na atividade. Em uma estufa que utiliza somente lenha o custo da energia é de R$1.005,00 durante o ciclo de colheita da safra. Já no sistema com aquecimento solar, o custo é de R$576,99, segundo informações do produtor que já testou o modelo. A redução pode ser de até 78% de consumo de lenha. Isso representaria R$ 3.920,00 de economia em uma safra, comparando duas estufas da mesma capacidade, versos os resultados de consumo obtidos neste primeiro teste em produtor.
Quem testou o modelo foi o agricultor João Batista Goettems, de Arroio do Tigre (RS), que teve uma estufa com aquecimento solar instalada na propriedade para os estudos do ADET na safra 2019/2020. “É um equipamento simples, de fácil manuseio e em dias quentes, nas fases de amarelação e murchamento, a estufa praticamente não demanda lenha, curando somente com o aquecimento solar e, dessa forma, me liberando para outras atividades”, afirma.
O equipamento já está disponível ao produtor que precisa ser integrado da Japan Tobacco International (JTI), desenvolvedora do sistema. Para aqueles que desejarem conhecer a estufa com energia solar, um modelo está sendo instalado no ADET e pode ser visitado mediante agendamento.