Frota de aviação agrícola cresce 42% no Brasil em dez anos
O Rio Grande do Sul tem a segunda maior frota de aeronaves agrícolas do país
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A 35ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz e Grãos em Terras Baixas teve prosseguimento nesta quarta-feira, 19 de fevereiro, com palestras técnicas relativas à preocupação com a sustentabilidade, novas tecnologias e aumento da frota da aviação agrícola e novos manejos no cultivo do arroz visando aumento da produção. As palestras ocorreram no Auditório Frederico Costa, na Estação Experimental da Embrapa Clima Temperado, em Capão do Leão (RS).
O diretor executivo do Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag), Gabriel Colle, falou sobre as novas tecnologias de pulverização de lavouras envolvendo aeronaves como aviões agrícolas, helicópteros e drones, aumento expressivo da frota, bem como alguns mitos envolvendo a atividade. O Sindag congrega hoje 95% das empresas no Brasil que prestam serviço de pulverização aérea. “Para se ter uma idéia do salto, desde 1947, quando a atividade começou, até 2012, foram registradas 1.400 aeronaves deste tipo. Nos últimos 10 anos, o número de novos aviões agrícolas saltou para 2.722, crescimento de 42% no Brasil só na última década”, ressaltou. Um dos motivos para o incremento, segundo Colle, é que o produtor rural passou a entender melhor a tecnologia e sente, sobretudo, a eficiência da ferramenta.
O Rio Grande do Sul, atualmente, tem a segunda maior frota de aeronaves agrícolas do país, atrás do Mato Grosso. Colle informou também que o Sindag lançou na palestra uma cartilha com os principais mitos sobre a atividade da pulverização aérea. Como exemplo, citou a informação falsa de que toda a aplicação aérea sofre deriva, que é o desvio de partículas ou gotículas de um defensivo agrícola durante a pulverização aérea, fazendo com que não atinjam o alvo desejado. “As pessoas imaginam que o avião, o drone ou o helicóptero saem aplicando o produto de forma aleatória, ou seja, não fazem ideia do nível de monitoramento e rastreabilidade daquela aplicação”, esclareceu.
Segundo Colle, em mais de 600 amostras de aplicação, o valor máximo encontrado de deriva foi de 45 metros, contra informações falsas dando conta de derivas de até 32 quilômetros. Com relação aos drones de pulverização no Brasil, a frota em 2024 era de 6.000 equipamentos registrados, mas estima-se que o número seja no mínimo o dobro.
O outro palestrante foi o gerente de Extensão Rural do Instituto Riograndense do Arroz (Irga) Luiz Fernando Siqueira, que falou sobre o Sistema Arroz RS 14. A mediação foi do pesquisador do Irga e engenheiro agrônomo Cleiton Ramão. O Arroz RS 14 é um projeto que refere à meta de produção de 14 toneladas por hectare de arroz irrigado por meio de dois fatores: resiliência e sustentabilidade, no sentido de otimizar a lavoura.
A meta é chegar a 700 mil hectares de arroz no Rio Grande do Sul. “Nós estamos trabalhando neste projeto há um tempo, são seis unidades espalhadas por toda a região orizícola gaúcha, sendo que todas elas são acompanhadas por pesquisadores”, detalhou Siqueira. O projeto Arroz RS 14 foi lançado no Dia de Campo, na Estação Experimental do Arroz, em Cachoeirinha, na Grande Porto Alegre, no início de fevereiro.
A 35ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz e Grãos em Terras Baixas é uma realização da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) e correalização da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), além do Patrocínio Premium do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) e apoio da Prefeitura Municipal de Capão do Leão. O evento tem como tema “Produção de Alimentos no Pampa Gaúcho - Uma Visão de Futuro”.