As importações de pré-mistura de farinhas de trigo da Argentina e a ocorrência de geadas nos últimos dias são as principais preocupações dos produtores da região Sul, que iniciaram há poucas semanas a colheita de uma das maiores safras de trigo das últimas décadas. Apesar das ameaças do clima, ainda não se fala em perdas e a produção estimada de 4,5 milhões de toneladas deve atender a quase 50% da demanda interna pelo grão.
"Os indicativos são de uma produção plena ou, no máximo, de perdas localizadas", afirma Otmar Hubner, especialista da área de trigo do Departamento de Economia Rural (Deral), órgão da Secretaria de Agricultura do Paraná. O Estado é o maior produtor nacional e deve colher nesta safra perto de 2,68 milhões de toneladas. Esse volume, somado à produção prevista para o Rio Grande do Sul, de 1,9 milhões, representa quase 100% da produção nacional.
As geadas ocorridas ontem podem ter afetado parcialmente as lavouras da região sudeste do Paraná e parte das do Rio Grande do Sul. A produção gaúcha é a que corre mais riscos, pois ainda não alcançou o ponto ideal de colheita. No Paraná, os últimos levantamentos indicam que na média 7% das lavouras foram colhidas, especialmente no oeste (Cascavel 15%, Maringá 24%, Toledo 17%). As áreas mais tardias estão no sudoeste e por isso mais suscetíveis.