O preço do quilo vivo dos suíno pago ao produtor deve aumentar amanhã (01-08). Os três centavos que serão acrescidos à cotação padrão respondem parcialmente a reivindicações apresentadas ontem durante uma reunião realizada em Chapecó entre o presidente do Sindicato das Indústrias da Carne e Derivados (Sindicarne), José Zeferino Pedrozo, e o presidente da Associação Catarinense dos Criadores de Suínos (ACCS), Wolmir de Souza. O representante dos produtores cobrou um aumento no ritmo de recuperação do preço do suíno, hoje em R$ 1,40.
A cotação padrão do suíno chegou a R$ 1,45 no primeiro trimestre do ano e começou a cair no final de abril devido ao excesso de oferta e embargo das exportações para a Rússia. Em junho, a oferta de carne suína se ajustou à demanda no mercado interno e os russos voltaram a comprar carne suíno. Só que, segundo Wolmir de Souza, os oito centavos a menos que o produtor passou a receber a partir de maio não foram recuperados tão logo o mercado mostrou-se equilibrado.
O presidente da ACCS vê espaço para um aumento acima de R$ 1,50. Ele baseia-se na análise do economista Jurandi Machado, do Instituto Cepa, para pedir um preço maior para o suíno. Segundo Jurandi, em decorrência dos 15 meses de crise do setor, o plantel de matrises no campo está em queda. "Houve uma redução de aproximadamente 10% no plantel de matrizes, e de suínos prontos haverá uma redução neste ano de 6% a 7% em volume de cabeças e 4% em toneladas do produto."
A tendência é que pode até faltar carne suína partir de setembro, caso as exportações aumentem e o mercado interno mantenha o nível de consumo atual. Caso o preço aumente o milho continue com os preços achatados, o produtor de suínos poderá contabilizar lucro depois de mais de um ano, seguindo os padrões de cálculo que levam em consideração todas as variáveis da atividade.
"O preço precisa melhorar rápido para conter a insatisfação entre os produtores, que já está chegando num ponto insuportável", disse o presidente da ACCS. A reclamação principal dos produtores é de que as reações negativas do mercado sempre chegam mais rápido para os suinocultores do que as positivas.