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Frigorífico do Maranhão retoma venda de bovino à China


O Frigorífico Vale do Tocantins S.A., localizado em Imperatriz, a 636 quilômetros de São Luís, está retomando as exportações bovinas. A indústria vende os chamados miúdos bovinos para a China. As exportações, que estavam suspensas desde janeiro do ano passado, vão voltar a partir do mês de outubro. O frigorífico também está em negociação no momento para exportar miúdo de boi à Rússia.

A empresa envia um contêiner com 25 toneladas de produtos, entre eles, bucho, testículo congelado, vergalho congelado (pênis), medula congelada, nuca de boi (cabelouro), tendão, medula congelada e aorta congelada por mês para o mercado chinês.

Principais mercados

Erguido a sudoeste do Maranhão, às margens da BR-010, o Frigorífico Vale do Tocantins tem uma situação geográfica privilegiada. Está instalado num raio de 250 quilômetros do centro produtor de gado de corte, compreendido pelo sul do Maranhão, sul do Pará e norte do Tocantins.

A empresa maranhense tem como principais mercados consumidores, além do Maranhão, os estados do Ceará, Pará (Belém), Pernambuco (Recife), Paraíba, Rio Grande do Norte e São Paulo. O couro é comercializado em Imperatriz para curtumes e tem ainda como opção do mercado a cidade de Franca (SP). O faturamento anual da empresa é de R$ 4 milhões, segundo o chefe contábil, Luiz Garcia.

Atualmente, o frigorífico trabalha em sistema de parcerias com cinco atacadistas de carne. Os parceiros entram com o animal e o frigorífico é o responsável pela mão-de-obra especializada, equipamentos, instalações e toda assistência necessária para implementar a qualidade do produto que sai da indústria. Os parceiros são Comercial de Carnes Matil, Comercial de Carnes Imperatriz, Frigorífico Imperatriz, F. A. Silva e Distribuidora Tropical de Carnes.

Com uma capacidade diária de abate em torno de mil bois, o frigorífico tem abatido no momento nove mil animais por mês - média de 400 a 500 por dia. A produção abaixo da capacidade é conseqüência da situação da febre aftosa no Maranhão, classificado como zona de alto risco. Um quadro que deve mudar a partir de janeiro de 2004, quando está previsto que o estado passe para a condição de médio risco de febre aftosa.

"Tudo do boi é aproveitado como subproduto, seja comestível ou não", afirma Janaína Arruda, médica veterinária responsável técnica pelo controle de qualidade do frigorífico. A carne é de propriedade dos parceiros. O restante é todo do Vale do Tocantins como vísceras, chifres, cascos, unhas, bile, farinha de carne e ossos, sebo - que funciona como pagamento pelos serviços.

"É o sistema da empresa moderna", afirma o proprietário do frigorífico, João Matiolli, revelando que optou em trabalhar com parceiros, pois preferiu administrar uma atividade sem riscos. Há três anos o frigorífico trabalha com parceiros, o que torna a atividade de abate bem mais prático para o pecuarista ou atacadista, pois não precisa investir na construção de uma unidade frigorífica e todo seu aparato tecnológico e de equipe técnica necessários ao funcionamento.

Inspeção federal

Desde 1998 o Vale do Tocantins faz parte da lista geral de exportação. As atividades foram suspensas em janeiro de 2002 para cumprir a uma série de adequações solicitadas pela Inspeção Federal. Solicitações que atendem a mudanças na legislação que rege a inspeção de carnes. Com as providências tomadas, as exportações vão ser reiniciadas. Cerca de 70% da produção do frigorífico é comercializada em Imperatriz.

A exportação para Rússia, de acordo com Janaína Arruda, ainda é um projeto embrionário e não há nada de concreto até o momento. "Os contatos estão sendo feitos em virtude da grande força que o número do SIF (Serviço de Inspeção Federal) do frigorífico tem fora do País", afirma a veterinária.

kicker: Faturamento da indústria de carnes da região Norte do País atinge por ano R$ 4 milhões

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