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Fretes recuam em importantes rotas de grãos

Com o avanço da entressafra, é possível que o aumento nos preços do cereal



Foto: Divulgação

Os preços dos fretes agrícolas seguiram em queda em diversas regiões do Brasil, mesmo com o forte aumento nas exportações de milho em agosto. Segundo o Boletim Logístico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), os embarques de milho no mês passado atingiram 6,06 milhões de toneladas, um aumento de 70,7% em relação a julho, quando foram exportadas 3,55 milhões de toneladas. Mato Grosso, maior produtor do cereal no país, foi o principal responsável pelo avanço nas exportações, mas, apesar desse crescimento, as rotas de frete com origem no estado apresentaram queda nos preços.

De acordo com Thomé Guth, superintendente de Logística Operacional da Conab, "a grande safra de milho colhida em Mato Grosso ainda não refletiu em uma virada no mercado de fretes. Com o avanço da entressafra, é possível que o aumento nos preços do cereal aqueça a movimentação de cargas, mas isso ainda não foi observado no estado."

Ainda segundo dados da Conab, Goiás, outro importante estado produtor de milho, seguiu a tendência de redução no preço dos fretes em agosto, mesmo com o grão sendo o principal produto transportado. Muitos produtores estão segurando seus estoques à espera de melhores cotações, o que reduziu a demanda por transporte. Na Bahia, a logística de grãos e fertilizantes também foi afetada pela queda, refletindo a diminuição tanto nos preços dos fretes quanto no volume transportado.

Em São Paulo, o mercado de fretes se manteve estável, com exceção das regiões de Ourinhos e Sertãozinho, que apresentaram uma leve alta de 1%, impulsionada pela demanda pelo transporte de açúcar. No Distrito Federal, as rotas para Imbituba (SC) e Santos (SP) registraram aumentos de 5% e 1%, respectivamente, devido à maior procura por fretes de fertilizantes. Por outro lado, as rotas para Araguari e Uberaba (MG) e Paranaguá (PR) tiveram quedas de até 9%, refletindo a menor oferta de transporte de soja. Em Mato Grosso do Sul, os fretes mostraram poucas variações, com destaque para a forte movimentação voltada ao mercado interno. No entanto, os embarques destinados à exportação ainda seguem tímidos.

Embora a queda nos fretes tenha sido observada em várias regiões, estados como Maranhão, Paraná e Minas Gerais registraram altas. No Maranhão, a menor oferta de caminhões elevou os preços do frete rodoviário. No Paraná, a demanda positiva pelo serviço impulsionou os preços na maioria das praças, exceto em Toledo, que teve uma leve retração. Já em Minas Gerais, a alta no preço dos combustíveis resultou em aumento nos custos de transporte, apesar da manutenção no ritmo de movimentação de grãos. No Piauí, o mercado de fretes apresentou duas dinâmicas: forte demanda para exportação, enquanto o mercado interno permaneceu estagnado. Ainda assim, os preços dos fretes de grãos aumentaram em média 9%, impulsionados principalmente pelo escoamento da soja, que continua aquecido para exportação.

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