Fiagros atingem R$ 40 bilhões em agosto
A diferença nos dividendos entre Fiagros e fundos imobiliários tradicionais diminuiu
O desempenho dos Fiagros acompanha o aumento das LCAs - Foto: Divulgação
O estoque de financiamento do agronegócio via Fiagros cresceu 5,3% em 2024, totalizando R$ 40 bilhões até agosto, em comparação aos R$ 38 bilhões registrados em dezembro de 2023. Essa informação é parte do Relatório de Análises de Mercado da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA).
O desempenho dos Fiagros acompanha o aumento das Letras de Crédito do Agronegócio ( LCAs), que cresceram 6,1%, totalizando R$ 487 bilhões, enquanto as Cédulas de Produto Rural (CPRs) somaram R$ 398 bilhões. Entre todos os produtos financeiros, as CPRs tiveram o maior avanço percentual, com 33,5%, seguidas pelos Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) e Certificados de Direitos Creditórios do Agronegócio (CDCAs), que cresceram 14,9% e 25,8%, respectivamente.
De agosto de 2023 a agosto de 2024, o número de Fiagros aumentou 58%, chegando a 116 fundos, enquanto o patrimônio líquido da indústria subiu 141%, totalizando R$ 41,7 bilhões. Contudo, o cenário econômico apresenta desafios, como a alta taxa de juros e os impactos de eventos climáticos, que elevam o risco de crédito e afetam o fluxo de caixa dos produtores.
Além disso, a diferença nos dividendos entre Fiagros e fundos imobiliários tradicionais diminuiu de 2,2% em 2023 para 0,8% em 2024. O Relatório de Análises de Mercado visa informar investidores sobre o panorama atual e as perspectivas futuras do setor de capitais. Segundo Sérgio Cutolo, diretor da ANBIMA, embora os Fiagros ainda representem uma parcela menor em relação a outros meios de financiamento, seu crescimento é notável desde a criação em 2021, impulsionado por regulamentações e incentivos fiscais.
“Apesar de ainda terem menor representatividade frente às formas de financiamento tradicionais, os Fiagros vêm ganhando espaço rapidamente desde que criados em 2021. A nova regulamentação e os incentivos fiscais, aliados à flexibilização que essas carteiras propõem, impulsionam seu potencial de expansão. Entre 2022 e os dados mais recentes, o patrimônio desses fundos cresceu quatro vezes”, afirma.
