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Fertilizante mais caros pode comprometer safra de milho no Brasil

Alta no petróleo encarece insumos agrícolas e gera preocupações no mercado de milho



Foto: Agrolink

Segundo a análise do especialista do Grão Direto desta segunda-feira, 14, na última semana, em relação à produção norte-americana, os números vieram ligeiramente maiores. A produção do Brasil continua sendo projetada em 127 milhões de toneladas, a da Argentina em 51 milhões. De acordo com a Secex, nos primeiros 4 dias úteis de outubro, o Brasil exportou pouco mais de 1 milhão de toneladas. Esse número está 47% menor que o mesmo período do ano passado, evidenciando a fraqueza nas exportações.

O mercado de milho brasileiro está diante de uma série de desafios que podem impactar a produção e os preços nos próximos meses. A recente alta no preço do petróleo, impulsionada pelo conflito no Oriente Médio, vem pressionando os custos da ureia, um dos principais fertilizantes usados no cultivo do milho, que sofreu uma valorização de 10% no último mês. Como resultado, a relação de troca para os produtores está se tornando menos favorável, o que pode desestimular o plantio na próxima safra, conforme aponta o Grão Direto.

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Além disso, o atraso no plantio da soja, causado por condições climáticas desfavoráveis, pode reduzir a janela de plantio do milho safrinha no próximo ano, elevando os riscos de exposição a adversidades climáticas, como geadas ou seca, que afetam diretamente a produtividade das lavouras. Esse cenário aumenta as preocupações com a oferta de milho em 2025, trazendo riscos ao mercado agrícola brasileiro.

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De acordo com a análise do Grão Direto, por outro lado, o plantio da safra de verão de milho está avançando. De acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), até o dia 6 de outubro, 25,9% das áreas de plantio já haviam sido semeadas. O progresso mais expressivo ocorre na região Sul, onde o plantio deve ser concluído até o final do mês. Em Minas Gerais, o plantio já começou nas áreas irrigadas, enquanto os produtores aguardam a chegada das chuvas para iniciar o cultivo em áreas de sequeiro.

No mercado futuro, o Contrato X (novembro) de milho em Campinas, cotado na B3 (CCMX24), apresentou estabilidade na última semana, com quedas de mais de 2% no início do período, mas encerrando com uma leve alta. O milho cotado em Chicago também registrou queda de mais de 2% no mesmo período.

A expectativa para o milho na B3 é que, caso o preço supere novamente a marca de R$68,50 por saca, haja um teste das máximas de setembro, próximas a R$70 por saca. Já em Chicago, a análise gráfica aponta que, se o milho perder a marca de US$4,10 por bushel, poderá haver uma queda ainda maior. No entanto, se o preço se mantiver acima desse patamar, o grão poderá seguir a trajetória de alta observada em outubro.

No cenário doméstico, a demanda interna continuará ditando o ritmo de consumo de milho no Brasil. As exportações, que permanecem abaixo do esperado, podem influenciar as cotações, que devem permanecer acima de R$65,00 na BM&F Bovespa. Com o avanço da safra atual e os riscos para a segunda safra de 2025, o mercado permanece atento à evolução dos preços e às possíveis oscilações nas cotações nos próximos meses.
 

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