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Ferrugem: Não podemos abrir mão de nenhum grupo químico

Pesquisador Marcelo Giovanetti Canteri alista lições aprendidas



“Não podemos abdicar de nenhum grupo químico, todos eles são importantes para fazermos o manejo de doenças da soja”. A afirmação é do pesquisador Marcelo Giovanetti Canteri, Doutor em Fitopatologia pela Universidade de São Paulo em depoimento exclusivo colhido durante o encontro do Consfit promovido pela Syngenta em Jealott’s Hill, na Inglaterra.

“A última alteração que nós tivemos foi no grupo químico das estrobilurinas. Todas as moléculas do grupo químico foram afetadas em função dessa mutação do fungo Phakopsora pachyrhizi. Nas carboxamidas também, pode dar alguma variação, mas todas elas são afetadas pela mutação. Mas nesse caso, não ocorreu uma resistência total, e sim uma alteração de sensibilidade”, explica.

De acordo com o especialista, nos ensaios de campo foi observada a diminuição na eficiência. Ele ressalta, porém, que não é possível abrir mão de “nenhum grupo químico em função da ferrugem asiática ter ficado resistente a praticamente todos esses grupos químicos que nós temos utilizado”.

“A nossa estratégia tem sido procurar rotacionar com outros grupos químicos, misturar com produtos protetores, de contato, que possam ajudar dentro dessa perspectiva de manejo da cultura. Pode-se ainda incrementar com um triazol, ou um produto multissítio, que pode dar essa proteção maior”, afirma.

“Nós aprendemos muitas lições com esse passado recente de resistência que primeiro surgiu com os triazóis e depois com as estrobilurinas. A primeira é que, nos produtos sistêmicos, o fungo vai ficar resistente em algum momento. Mesmo que surjam novos grupos químicos, haverá esse problema. Então precisamos de eficácia de campo: acertar melhor o alvo, aplicar de forma correta, no momento certo” salienta o pesquisador.

Outra lição que Canteri destaca é sobre o melhor momento para aplicar: “É antes da infecção. Nas carboxamidas isso é essencial por características do produto, porque que esse grupo atua na cadeia respiratória do fungo, então ele precisa ser aplicado de forma preventiva. Se esperarmos para ver os sintomas, já estamos atrasados”.

Consfit é o Conselho Syngenta de Fitopatologia, formado há 18 anos pelos principais pesquisadores do Brasil, e esteve em um dos maiores centros de pesquisa da Syngenta no mundo: em Jealott's Hill na Inglaterra, onde se reuniu para discutir resultados da última safra e o futuro do manejo de doenças na soja. Confira:

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