Feijão deve imitar trigo e rejeitar transgênico: Ibrafe
Tecnologia da Embrapa chegou às gôndolas dos supermercados brasileiros há 3 meses
De acordo com Marcelo Lüders, presidente do Ibrafe, a cadeia produtiva do trigo deu um “exemplo para nosso setor” no que diz à tecnologia OGM (organismo geneticamente modificado). O dirigente do Instituto Brasileiro de Feijões e Pulses vem defendendo a negação da biotecnologia desenvolvida pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária).
“Há uma discussão em paralelo ao nosso setor, porém que pode lançar luz sobre a possível reação dos consumidores de feijão com respeito ao organismo geneticamente modificado. Trata-se da cadeia produtiva do trigo, que tem debatido se vão utilizar ou não o trigo geneticamente modificado”, aponta a liderança da entidade mais representativa do setor de pulses.
De acordo com Marcelo Lüders, o raciocínio é simples: “Se aquela cadeia produtiva [trigo], mais estruturada, achou por bem não expor o produto ao risco de diminuição de consumo por conta da alteração genética, por analogia o mesmo deve ocorrer com o feijão-carioca OGM”.
O dirigente relembra que há citações de que dois países no mundo têm o trigo geneticamente modificado, os Estados Unidos e a vizinha Argentina – que é exatamente a biotecnologia pendente de aprovação no Brasil, no momento que aguarda a definição por parte do CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança), vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações.
“Os norte-americanos dominaram a tecnologia, mas a retiraram de circulação”, lembra o presidente do Instituto Brasileiro de Feijões e Pulses ao defender a negação da biotecnologia de modificação genética. O feijão transgênico RMD da Embrapa foi aprovado para comercialização em 2011, mas somente este ano, em julho de 2021 chegou às gôndolas dos supermercados brasileiros.