Federarroz vê cenário de oportunidades e desafios para o arroz brasileiro com eleição de Donald Trump nos EUA
Federarroz destaca o potencial para o arroz brasileiro
A Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) avaliou o impacto da reeleição de Donald Trump para o agronegócio, especialmente para o mercado de arroz. Com a expectativa de um fortalecimento das políticas de apoio aos agricultores norte-americanos, como maior acesso a crédito e seguros agrícolas, o setor agropecuário dos EUA deve ganhar mais competitividade global, o que pode representar desafios ao arroz brasileiro, que já enfrenta altos custos de produção e restrições impostas por políticas internas e pressões externas.
No entanto, o novo cenário pode trazer oportunidades, especialmente na América Central e Caribe. A possibilidade de manutenção ou ampliação de embargos comerciais dos EUA contra países como Cuba e Nicarágua abre uma janela para o Brasil expandir sua presença nessas regiões. A Federarroz destaca o potencial para o arroz brasileiro consolidar-se em mercados como o México, que tem sido pouco expressivo na balança comercial brasileira do arroz. Essa abertura pode impulsionar as exportações brasileiras e auxiliar na recuperação de mercados essenciais para o setor.
Outro fator importante é o fortalecimento do dólar frente ao real, que pode alcançar valores acima de R$ 6,00. Isso favoreceria as exportações brasileiras de arroz, tornando o produto nacional mais competitivo em relação ao norte-americano. Atualmente, com o arroz dos EUA recém-colhido e o Brasil na entressafra, a diferença de preço entre os produtos dos dois países é de apenas US$ 1,00 por saca de 50 kg. Para o primeiro semestre de 2025, a Federarroz projeta um cenário de ampla oferta no Mercosul, com a colheita estimada em cerca de 16 milhões de toneladas, o que pode contribuir para fortalecer as exportações brasileiras.
Além disso, a intensificação da guerra comercial entre EUA e China, caso continue no novo mandato de Trump, pode beneficiar o Brasil, com a China ampliando suas importações de commodities brasileiras, inclusive arroz.