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Falta de recursos prejudica pesquisa agropecuária



A pesquisa agropecuária brasileira está definhando com a falta de recursos. Laboratórios sem reagentes e unidades sem combustível viram lugar-comum. Com a contenção de despesas efetuada pelo governo no início do ano, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) só recebeu R$ 65 milhões dos R$ 159 milhões (ou 40% do total) previstos no orçamento. Funcionários estão em campanha em rádio e tevê denunciando o descaso do governo.

A verba destinava-se ao custeio da pesquisa e, com os cortes, ficaram em R$ 94 milhões. Ou seja, considerando-se este valor, a empresa teria recebido 69% da previsão. Mas a própria diretoria reconhece que seriam suficientes R$ 115 milhões.

Os 8,5 mil funcionários das 40 unidades da Embrapa do País estão há dois meses sem receber Vale Transporte e há 30 dias sem Vale Refeição. As dívidas estariam em R$ 16 milhões, informa o Sindicato dos Trabalhadores em Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário.

Em alguns centros, fala-se em reduzir o expediente para que os gastos também diminuam. Entre as medidas adotadas para a contenção de despesas estão o desligamento dos estagiários e bolsistas, a redução de viagens e o adiamento de projetos. A diretora-administrativa do sindicato, Selma Beltrão, diz que mesmo as pesquisas em parceiros sofrem com a falta de recursos porque os pesquisadores não conseguem apresentar os resultados e os órgãos parceiros não repassam a verba.

O chefe de gabinete da Embrapa Sede, Erycson Pires Coqueiro, admite que nos últimos dois meses tem havido problema de fluxo de dinheiro e reconhece que com o valor recebido até o momento é difícil a empresa honrar seus compromissos. "Paralisar as pesquisas significa perder tudo o que já foi investido." Mas ele diz que há sinalização do governo em aumentar a verba. A assessoria de imprensa do Ministério da Agricultura informou que o ministro Pratini de Moraes estaria empenhando em resolver o assunto ainda esta semana, com tratativas junto à equipe econômica. Mas não disse de onde sairia a verba adicional.

Entre os problemas citados, os animais da Embrapa Pecuária São Carlos-SP tiveram sua suplementação alimentar diária cortada pela metade. Em Teresina (PI), 50% dos experimentos estariam paralisados.

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