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Facilidade no manejo dos transgênicos é a maior vantagem

Produtor destaca uso de um só produto no controle de invasoras na soja



O produtor rural Jeferson Pantaleão Dico de Oliveira, de Mineiros (GO), plantou 600 hectares de soja na safra passada: 300 ha de soja convencional e 300 ha de transgênica. Na próxima safra, a soja transgênica vai ganhar mais chão, atingindo 70% da área plantada. “Foi o primeiro ano que plantei e o resultado que obtive foi bem satisfatório. O custo de produção da soja transgênica é um pouco menor e a facilidade de manejo é muito maior”, explica sua opção.

Jeferson confirma o que a Monsanto apregoa da tecnologia RR: mais facilidade no controle de plantas invasoras; utilização de um só produto (o glifosato) para o combate das invasoras de folhas largas e de folhas estreitas; menor quantidade de aplicações e mais flexibilidade no período de aplicação.

Como ele, Neldo José Rohden, de Cristalina, também constatou mais facilidade no manejo. Ele plantou 350 ha de soja transgênica na safra passada e ficou satisfeito com a experiência, mesmo não tendo tido uma boa colheita. “Não pude avaliar o resultado final porque minha lavoura foi atacada pelos ácaros, mas posso dizer que as sementes transgênicas facilitam o manejo”, diz. Neldo não vai plantar soja na próxima safra, por causa do mercado. Vai aproveitar para fazer rotação de cultura, mas afirma que se fosse plantar soja, plantaria transgênica.

Jeferson Pantaleão não vai plantar 100% de sua área de soja transgênica, porque ainda não tem total confiança nas variedades disponíveis. “Se tivéssemos umas cinco variedades a mais, plantaria 100%”, afirma. Neldo faz a mesma reclamação. “Cristalina tem um clima bem diferenciado e precisamos de cultivares adaptadas.”

Algodão

Na cultura do algodão, quem plantou o Bt I, mesmo sem o acesso às sementes certificadas, constatou menor custo de produção e aumento da produtividade. Não que as sementes transgênicas resistentes a lagartas sejam também mais produtivas. Mas ao aplicar menos inseticidas e mesmo assim evitar os ataques, os produtores garantem aumento da produtividade.

A Associação Goiana dos produtores de Algodão (Agopa) tem dados que apontam para uma economia de cerca de US$ 200/ha no custo de produção do algodão Bt I, disponível para a próxima safra. Atualmente, o custo de produção/ha em Goiás é de cerca de US$ 1,4 mil/ha.

Mas o presidente da entidade, Haroldo Rodrigues da Cunha, diz que os produtores brasileiros precisam é da liberação de novos eventos, como o algodão RR, o Bollgard II e o Flex, que permite a aplicação de herbicida em estágio avançado. Ele acredita que enquanto tiver liberado somente o Bollgard I, a migração para o cultivo transgênico não será acelerada. “Os produtores precisam da tecnologia existente e com rapidez”, frisa.

O analista de mercado e assessor técnico da Federação da Agricultura do Estado de Goiás (Faeg), Pedro Arantes, afirma que migrar para o cultivo de algodão transgênico é uma questão de sobrevivência para os produtores, que precisam de diminuir seus custos. Em relação à soja, ele é mais cauteloso e diz que os produtores devem avaliar as condições de produção e também o mercado. “Será que não é vantajoso manter boa parte da soja não-transgênica?”, questiona. Mas ele também diz que, quando for liberada a soja Bollgard, os produtores poderão diminuir seus custos de produção.

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