Exportações do agronegócio seguem em crescimento
Seis setores se destacam e despertam atenção na balança da agropecuária nacional
Por Luiz Antonio Pinazza
Engenheiro Agrônomo - agronegócio e sustentabilidade
Colaboração Aline Merladete
Seis setores se realçam nos mercados de exportação entre janeiro e julho deste ano, em termos de participação: 1º Complexo Soja (48,17%); 2ºCarnes (14,02%); 3º Produtos Florestais (9,06%); 4º Complexo Sucroalcooleiro (7,88%); 5º Café (5,54%) e 6º Cereais (1,87%). Na arrecadação de divisas, em relação ao mesmo período de 2022, a representatividade desses setores apresentou pequena variação, indo de 89,08% para 86,54% (-2,54%). Nos demais setores, as entregas também mostraram leve oscilação, de US$ 10,227 bilhões para US$ 11,384 bilhões (+11,31%).
O complexo soja, principal setor exportador, cresceu de US$ 43,802 bilhões para US$ 48,170 bilhões (+6,80%). O incremento nas exportações de soja em grãos contribuiu de forma majoritária para a expansão dessas vendas, com aumento de R$ 35,240 bilhões para US$ 38,090 bilhões (+8,09%).
No 2º posto, a arrecadação do complexo carnes reduziu de U$ 14,572 bilhões para US$ 13,619 bilhões (-6,54%). Essa performance ocorreu causa da diminuição na exportação de bovinos, de US$ 7,392 bilhões para US$ 5,711 bilhões (-22,74%). Os embarques de frango, de US$ $5,480 bilhões para US$5,921 bilhões (+8,05%), assim como no de suíno, de US$1,320 bilhão para 1,646 (+23,95%) tiveram aumentos. A queda na carne bovina aconteceu por causa do caso atípico de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), com suspensão temporária das vendas por 30 dias entre fevereiro e março. Depois disso, a retomada do negócio deve voltar ao normal neste segundo semestre.
Na 3º colocação, de produtos florestais, os envios de celulose seguiram firmes, com aumento de US$4,525 bilhões para US$4,978 bilhões (+10,01%), mas fracos nas vendas de papel, de US$3,520 bilhões para US$2,409 bilhões (-31,56%), e de madeira, de US$1,615 bilhão para US$ 1,405 bilhão (13,00%). No 4º lugar, no complexo sucroalcooleiro, as exportações cresceram sustentadas com mais vendas de açúcar em valor, de US$ 4,932 bilhões a US$ 6,781 bilhões (+37,49%), e em quantidade, de 12,579 milhões toneladas a 14,163 milhões (+12,59%). As preocupações relacionadas aos efeitos do fenômeno El Niño sobre a safra 2023/24, com disponibilidades inferiores ao aguardada, promoveram elevação nos preços internacionais do açúcar.
Na 5º posição, o setor de cereais, farinhas e preparações cresce em função do desempenho inédito no milho, com exportação crescente na receita, de US$2,923 bilhão a US$4,397 bilhão (+50,43%) e na quantidade, de 10,394 milhões de toneladas para 15,891 (+82,89%). Esses números aumentarão com colheita e a exportação recorde deste ano. Para completar, no 6º lugar, o café, com baixo estoque de passagem e em fase de entrada na safra, com comercialização em baixo ritmo, US$2,082 bilhões para US$ 1,164 bilhão, alinhado com a projeção esperada pelo mercado.