Exportações da indústria gaúcha continuam em queda, mas dão sinais de recuperação
Vendas externas caíram 11,8% em outubro na comparação com o mesmo mês de 2019
Com forte retração em Tabaco (-37%), Químicos (-38,4%) e Couro e Calçados (-26,6%), as exportações da indústria gaúcha totalizaram US$ 947 milhões em outubro, recuo de 11,8% em relação ao mesmo período de 2019, quando atingiram US$ 1,1 bilhão. Foi a 13ª queda mensal consecutiva, acumulando em 2020, desde janeiro, US$ 8,5 bilhões, resultado 20,2% inferior aos dez primeiros meses do ano passado. “A China e os Estados Unidos, nossos dois principais exportadores, ainda não voltaram a comprar da indústria no mesmo volume anterior ao da pandemia, recuperação que vem sendo gradativa, como demonstram os aumentos das vendas em alguns setores ”, diz o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), Gilberto Porcello Petry, ao analisar os números da balança comercial, nessa quarta-feira (11).
Dos 23 segmentos da indústria, dez apresentaram aumento do valor exportado em outubro, o maior número em 12 meses.. O desempenho negativo se deve principalmente pela continuidade do encolhimento das encomendas de Tabaco da Bélgica (-31,7%) e China
(-81,5%), apesar de que para o segundo destino registrou-se no mês o maior valor exportado do ano, US$12,3 milhões. Já as vendas externas menores de Químicos se deve às baixas para Estados Unidos (-74,6%) e China (-48,5%). Couro e calçados, que sofre bastante com a pandemia, teve recuo especialmente pela redução de 32,9% para os Estados Unidos. O setor de Alimentos apresentou leve baixa (-4,6%) na comparação mensal.
Entre os principais setores que obtiveram ganhos na base de comparação mensal, destacam-se Celulose e papel, com elevação de 56%, Máquinas e equipamentos, 6,4%, e Produtos de Metal, 20,7%. A melhora no setor de Celulose e papel é o primeiro resultado positivo no ano e decorre do expressivo aumento das exportações para a China – subiram 313,5%. Outro resultado positivo ficou nas exportações de Veículos automotores para a Argentina, 29,3%, o primeiro desde fevereiro, apesar de o setor experimentar em outubro uma variação negativa de 9,6%, decorrente da fraca demanda externa.
ACUMULADO – De janeiro até outubro, a demanda chinesa por Alimentos (+139,7%) mantém o segmento no topo da pauta de exportações, com mais de 29% de participação. Na base de comparação mensal, as exportações de Carne de frango, aumento de 7,5%, Carne bovina, 58,8%, e Carne suína, 64,7%, destacam-se como os únicos produtos exportados com resultado positivo.
Pelo lado das importações, o Estado adquiriu US$ 596 milhões em mercadorias, configurando uma demanda 38,2% menor em relação a outubro de 2019. No ano, o RS importou US$ 5,6 bilhões, resultado 30,1% inferior comparado ao mesmo período do ano passado. Até outubro, todas as grandes categorias econômicas apresentam reduções significativas, sendo a maior em Bens intermediários (-34,4%), seguida por Bens de consumo (-28,8%).