Exportações brasileiras de café batem recorde em março
O aumento nas exportações é resultado direto do crescimento tanto nas exportações de café arábica quanto nas de robusta/conilon
As exportações brasileiras de café atingiram um total de 4,29 milhões de sacas, conforme dados da Cecafe. Este número representa não apenas um novo recorde para o mês, mas também para o primeiro trimestre do ano. O aumento nas exportações é resultado direto do crescimento tanto nas exportações de café arábica quanto nas de robusta/conilon. Em particular, os embarques de robusta/conilon atingiram um pico histórico de 849.700 sacas, destacando um crescimento significativo em comparação com o mesmo período do ano anterior.
A análise da Hedgepoint Global Markets ressalta que esse crescimento nas exportações é parte de uma tendência mais ampla, impulsionada em parte pela queda nas exportações de robusta do Vietnã e da Indonésia. Fatores como condições climáticas desfavoráveis e redução da área cultivada nesses países têm contribuído para a menor oferta global de café robusta, elevando assim a demanda pelo produto brasileiro.
No entanto, apesar do desempenho positivo, persistem preocupações em relação ao equilíbrio global da variedade robusta no ciclo 24/25. A escassez de precipitação, especialmente no Vietnã, levanta preocupações sobre o desenvolvimento da safra futura. Esta situação tem levado os produtores vietnamitas a reduzirem suas vendas, temendo o impacto de uma potencial seca na oferta, o que continua a sustentar os preços do robusta.
É importante observar também as implicações macroeconômicas nos preços do café. Os dados de inflação dos EUA divulgados recentemente, com o IPC de março atingindo 0,4%, acima das expectativas do mercado, podem influenciar as políticas de taxa de juros do Federal Reserve. A possibilidade de atrasos nos cortes das taxas de juros pelo Fed pode exercer pressão de baixa sobre o mercado de commodities, incluindo o café.