A falta de definição nas exportações de carne suína para a Rússia e a baixa remuneração estão deixando os suinocultores catarinenses apreensivos sobre o futuro da atividade.
Jacir Bizzutti e Ernando Lorenzon, de São José do Cedro, estão num impasse. Eles já reduziram o plantel pela metade e agora não sabem se abandonam de vez a atividade ou retomam a produção anterior.
Bizzutti tinha 22 suínos e agora está com 11, deixando ociosa metade das instalações de 70 metros de chiqueiro. “A gente fica com um pé atrás”, disse o suinocultor. Lorenzon tinha ampliado as granjas de 26 para 30 metros em 2001. No ano passado, reduziu as matrizes de 10 para 5. Agora, ele aguarda o desenrolar da crise e a retomada das exportações antes de tomar uma decisão.
Ele lembra que há 12 anos, um quilo de suíno servia para comprar cinco litros de gasolina. Agora, precisa 1,5 quilo para comprar um litro.
Na atual situação, os dois suinocultores disseram que é mais vantajoso vender o milho da propriedade do que alimentar os animais.
Os produtores temem que a demora na retomada das exportações vá gerar um acúmulo de carne no mercado interno, o que prejudicaria os preços pagos ao produtor. Bizzutti e Lorenzon já acumulam um déficit de R$ 0,41 por quilo de suíno, pois recebem R$ 1,57 para um custo de R$ 1,98, segundo cálculos da Embrapa de Concórdia.