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Evento agro inédito discute operações de barter

Representantes de empresas do agronegócio reúnem-se em São Paulo para discutir tendências, desafios e soluções sobre modalidade



Pela primeira vez, representantes de empresas do agronegócio reúnem-se em São Paulo para discutir tendências, desafios e soluções sobre modalidade de negócio criada no Brasil há mais de uma década

Operação de troca de uma parte da própria produção agrícola por insumos necessários à lavoura, o barter surgiu no mercado agro no Brasil há cerca de 12 anos e tornou-se uma prática dos líderes globais do setor. “Somos pioneiros em soluções de informática nessa operação muito utilizada no país porque ela impede a inadimplência e dá a garantia de que o negócio fechado será cumprido pelas duas partes”, explica Oscar Julio Burd, presidente da Success Tecnologia, consultoria que desenvolve sistemas customizados de barter para o setor.


Hoje, até mesmo empresas menores e pequenos agricultores, embora de forma mais tímida, falam em barter. Esse modelo de negócio virou domínio público. “Estima-se que entre 30% e 35% dos negócios de insumos no Brasil, em média, sejam feitos com base em barter. No final da década de 90, início dos anos 2000, essa modalidade começou a ser adotada de forma mais ampla. No início era predominantemente uma prática das trading companies de grãos, como um instrumento de gerenciamento de risco de crédito de seus financiados”, diz Cesar Vieira Junior, gerente de barter da Dow AgroSciences .

DISCUSSÃO

Para discutir esse modelo de negócio, será realizado o I FÓRUM BARTER BRASIL, no dia 12 de março, das 14 às 19 horas, no auditório da Dow AgroSciences, em São Paulo. Representantes de empresas de sementes, defensivos, fertilizantes, tradings, cooperativas, consultorias, bancos e bolsas de mercadorias e futuros participarão do evento, realizado pela Success Tecnologia.

“A importância dessa modalidade de negócio tem sido cada vez mais crescente porque, mesmo que o produtor rural tenha recursos próprios para pagar os insumos necessários à lavoura, ele já se habituou a medir qual será sua rentabilidade em termos de troca”, esclarece Cesar Vieira Junior. “Se um sojicultor tem produtividade histórica média de 50 sacas/ha e, por exemplo, negocia todos seus insumos por 20 sacas/ha, a maior parcela de seu custo fica protegida sob a mesma “moeda” de produção - a soja - independente de queda no preço da soja no decorrer da safra. Isso permite o melhor planejamento do agricultor e, consequentemente, melhor rentabilidade”, exemplifica.


Para o gerente de barter da Dow AgroSciences, essa é uma grande conveniência do ponto de vista do agricultor. Já para a empresa de insumos, o ponto favorável é a gestão do crédito – além da CPR (Cédula de Produto Rural), que é o lastro principal do crédito. Nessa modalidade de negócio, em geral, está envolvida uma trading company (recebedora dos grãos) que é um importante agente do mercado, capaz de diminuir o chamado risco moral de crédito e trazer mais responsabilidade para quem é financiado. “O produtor pode receber todo o pacote tecnológico - sementes, fertilizantes e agroquímicos - ou a maior parte dele definido numa troca única. E a liquidação do pagamento dos produtos é ligada à venda e entrega da commodity (soja, milho, algodão etc.). Tanto a indústria como seus distribuidores ou revendas devem estar preparados para gerenciar isso”, destaca.

VANTAGENS

Algumas culturas, como a soja e o algodão, já tiveram as negociações de seus insumos para a safra 2013/14 iniciadas. A Dow AgroSciences realiza esse tipo de operação há cinco anos, principalmente com produtores de soja e milho e também pecuaristas. Com esses últimos, a operação surgiu em decorrência de sua ampla liderança no mercado de defensivos para pastagens e sementes forrageiras. “Nesse caso, oferecemos a modalidade de negócio chamada “Beeftrade”, onde o pecuarista pode adquirir todo o nosso portifólio de soluções para pastagens, através de nossos distribuidores, para pagamento a prazo e com o valor atrelado à cotação do boi gordo do vencimento”, diz Cesar Vieira Junior. “Além disso, nessa mesma modalidade, ainda é preestabelecido um “teto” máximo para o preço da arroba do boi, para o caso de uma alta no futuro. É só vantagem ao pecuarista” complementa.

TENDÊNCIA

A tendência é de manutenção e de crescimento das operações de barter no Brasil, acredita. “Esse é um modelo de negócio extremamente relevante e vantajoso às duas partes - fornecedores e clientes -, porém é relativamente recente e o mercado pode evoluir muito ainda em profissionalismo. Isso seria muito positivo para todos e a iniciativa da Success é um primeiro passo importante para estabelecermos uma troca de idéias e experiências que considero como muito saudável para todos os agentes do mercado. Acreditamos ainda que, com o tempo, haja maior sofisticação e emprego de mais controles nesse tipo de operação no mercado agropecuário”, conclui o gerente de barter.


PROGRAMAÇÃO

Na abertura do I FÓRUM BARTER BRASIL, Oscar Burd, presidente da Success Tecnologia, apresentará os benefícios da tecnologia para controlar e otimizar as operações de barter, com redução dos riscos e maiores margens. Na sequencia, Artur Manoel Passos, do Itaú BBA, falará sobre o cenário macroeconômico e do agronegócio nacional com ênfase em barter, e Tiago Votta, da Bloomberg, explicará sobre Derivativos e Instrumentos Financeiros em estratégias de barter. O evento será finalizado com uma mesa redonda com a participação de representantes de empresas do setor.

Serviço:

I FÓRUM BARTER BRASIL
Dia 12 de março, das 14 às 19 h
Auditório da Dow AgroSciences
Condomínio Rochaverá – Edifício Diamond Tower - térreo
Avenida das Nações Unidas, 14171 – São Paulo
Informações: www.success.srv.br/ifbb/ ou [email protected]
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