Os 15 ministros da Agricultura da União Européia (UE) adiaram as negociações sobre a reforma da Política Agrícola Comum (PAC) para a próxima quarta-feira, ao meio-dia, em Luxemburgo. O anúncio foi feito ontem (19-06) à noite pelo ministro Yorgos Dris, da Grécia, que preside o conselho agrícola da UE. A sessão havia sido suspensa às 13h (horário de Brasília) e, depois de algumas reuniões bilateriais, Dris decidiu pedir o adiamento da rodada, ao comprovar "forte oposição da França e insastifação da Espanha e Itália" sobretudo nos preços de intervenção dos cereais e lácteos, segundo disseram fontes do conselho.
O ministro grego afirmou, no encerramento dos trabalhos, que faltam "pontos isolados" para serem resolvidos e que esses pontos deverão ser "solucionados em nível político". Ele disse não estar em condições de opinar se a reforma da PAC será levada à Cúpula dos líderes europeus, que começou hoje em Salônica (Grécia). Mais cedo, Dris havia dito que "de maneira alguma" o tema da PAC seria levado aos líderes europeus.
De qualquer forma, assegurou o ministro grego, "ainda não é possível um acordo, porque necessitamos de um processo de amadurecimento", afastando a possibilidade de um resultado negativo na próxima semana. "Não posso nem pensar", reagiu Dris ao jornalista.
A França hoje foi a maior adversária da terceira oferta do comissário europeu de agricultura, Franz Fischler, colocada sobre à mesa pela manhã, na tentiva de um consenso. O comissário chegou a admitir a desvincunlação parcial para cereais extensivo à toda a União Européia (UE) e não somente para as regiões menos favorecidas, o que já era uma renúncia ao anúncio de desvinculação parcial para cereais da ordem de 75% apenas para as regiões menos favorecidas e mais ainda, à concepção de desvinculação total entre as ajudas e a produção, defendida por Bruxelas desde o começo. "Não foi culpa de nenhum país membro", afirmou Fischler, ao responder a pergunta de um jornalista sobre a oposição francesa. "Fizemos muitos esforços, mas lamentavelmente não foram suficientes", acrescentou o comissário.