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EUA tentam evitar ataques à agricultura


Os cientistas estão testando uma tecnologia e rede de informática novas concebidas para detectar rapidamente quaisquer possíveis atentados bioterroristas à agricultura norte-americana, na tentativa de evitar o caos financeiro e social que ataques desse tipo podem instaurar.

Os sistemas de alimentos e fibras dos Estados Unidos respondem por 13,2% do Produto Interno Bruto (PIB) do país e por 17% de seu nível de emprego, informou David Huxsoll, do câmpus de Baton Rouge da Universidade Estadual de Louisiana. Embora agentes infecciosos como o da doença da "vaca louca" ou o antrax representem óbvios riscos à saúde, informou ele, os prejuízos à agricultura podem ter outros custos, possivelmente insondáveis.

"Em 2001, o Reino Unido registrou um surto de febre aftosa, e o impacto sobre a economia foi desastroso", disse Huxsoll. "Afeta não apenas a economia agrícola, mas toda a economia do país. Há estimativas de que o prejuízo causado tenha sido de cerca de 20 bilhões de libras esterlinas (US$ 31,87 bilhões), e, para lhe dar uma idéia do alcance desse prejuízo, enquanto ele custou à economia 12 milhões de libras esterlinas (US$ 19,12 milhões) semanais, impôs ao setor de turismo uma perda de 140 milhões de libras esterlinas (US$ 223,10 milhões) semanais."

Para fazer frente a um possível terrorismo agrícola, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) começou a testar a Rede Nacional de Diagnóstico Vegetal (NPDN, pela sigla em inglês) - autorizado pelo Congresso em julho de 2002, ao custo de US$ 5 milhões. Cinco novos centros estão sendo preparados em universidades de todo o país para diagnosticar, com rapidez e precisão, surtos de doenças agrícolas. Muitos laboratórios existentes de doenças vegetais e pragas de todo o país também vão receber melhoramentos, como novo equipamento para análise de DNA, e serão conectados por linhas protegidas para transmitir informações rapidamente. Altos funcionários do USDA disseram que esperam ter a rede em plena operação até a primavera (mar/jun) de 2004.

O objetivo é "interligar em todo o país o ‘know-how’ no diagnóstico de agentes capazes de comprometer produtos agrícolas", disse Richard Bostock, fitopatologista do câmpus de Davis da Universidade da Califórnia, à agência United Press International (UPI). Bostock e outros especialistas discutiram a rede de diagnóstico vegetal num recente seminário da Sociedade de Química Americana.

Os atuais testes da NPDN, que começaram em julho, empregam a ferrugem da soja, uma doença vegetal facilmente transmissível. Em recente simulação, todo o processo de notificação - desde a detecção da doença até a chegada ao laboratório do Serviço de Inspeção de Saúde Animal e Vegetal do USDA em Beltsville, Maryland, para confirmação - levou menos de 36 horas.

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