Estudo propõe mudanças no uso da terra
O estudo aponta modelos de negócios que priorizem o aumento da produtividade
Um estudo econômico liderado pela Fundação Solidaridad e com apoio da consultoria Agroicone identificou soluções para a expansão sustentável da soja na região do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia). Com uma área de 73 milhões de hectares, essa grande fronteira agrícola já responde por quase 12% da produção nacional de soja, mas enfrenta desafios ambientais devido ao avanço sobre áreas de vegetação nativa e à valorização das terras.
O estudo aponta modelos de negócios que priorizem o aumento da produtividade em áreas já abertas, como pastagens degradadas, evitando o desmatamento. Paula Freitas, da Fundação Solidaridad, destaca a necessidade de “mecanismos financeiros que incentivem a produção sem comprometer a vegetação nativa”. Entre as alternativas, incluem-se Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA), créditos de carbono e tecnologias de baixo carbono, como o Sistema de Plantio Direto (SPD) e a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF).
Camila Santos, especialista em carbono, ressalta que o crédito rural, que cresceu 88% nos últimos quatro anos-safra, deve priorizar práticas sustentáveis, direcionando recursos para áreas já abertas e evitando a pressão sobre o Cerrado. No entanto, o estudo revela que o alto custo das terras disponíveis tem levado produtores a considerar a expansão sobre áreas nativas, o que torna urgente a necessidade de políticas públicas eficazes e incentivos para preservar o bioma. Por fim, a pesquisa sugere ajustes no crédito rural e apoio à conversão de pastagens degradadas, criando cenários financeiramente viáveis para expansão sustentável.