Estudo compara drone, helicóptero e trator
Pesquisa observou vantagem no trato de pequenas lavouras de arroz
Uma pesquisa realizada pela Universidade de Ciências de Tóquio, no Japão, avaliou e comparou o desempenho de diferentes instrumentos na pulverização de lavouras de arroz no país. Os estudos foram realizados em 2020 e observaram pulverizadores terrestres (tratores), drones e helicópteros remotamente pilotados.
O comparativo ocorreu em 21 plantações, com extensões 0,5 e 30 hectares e apontou vantagem para os drones em pequenas áreas. Os dados da pesquisa também apontam tendência de aumento de uso dos aparelhos multirrotores, mais fáceis de manter e operar.
O trabalho considerou a relação custo/benefício na aquisição e operação dos equipamentos em paralelo à eficiência em aplicações preventivas de defensivos duas vezes no ano. O estudo foi liderado pela professora Yuna Seo (doutora em Estudos Ambientais), com participação do aluno Shotaro Umeda.
No Japão, desde a década de 1990 a aviação agrícola se baseia principalmente em helicópteros por controle remoto, como os modelos Yamaha RMAX e Fazer, por exemplo, com tanques de até cerca de 30 litros de produtos para aplicação. Já no caso dos drones, que têm menor capacidade de carga, mas funcionam a bateria e atendem principalmente as áreas menores, a explosão veio depois da primeira década deste século.
Conforme dados do Ministério da Agricultura, Silvicultura e Pesca do Japão, a área de lavouras atendidas por drones no país pulou de 684 hectares em 2016 para 31.020 hectares dois anos depois. Já o número de aparelhos saltou de 227 para 1.552 no mesmo período e a estimativa do governo japonês é de que a área tratada por drones no país chegue a 1 milhão de hectares até 2022.
Segundo os pesquisadores, para isso o Japão ainda precisa revisar suas regulamentações. Atualmente a legislação local limita em 10 quilos por aparelho a carga em cada voo. Além disso, o voo automático não é permitido. Enquanto um helicóptero a controle remoto precisa de três pessoas para sua operação, um drone precisa de no mínimo duas: o piloto e um auxiliar como observador.
Conforme a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), o Japão é um dos países no mundo que mais utilizam defensivos por hectare em suas plantações. Segundo o órgão, em 2018 os japoneses aplicaram 11,84 quilos de defensivos químicos por hectare. Número 100% mais alto do que o Brasil, que mesmo tendo até três ou quatro safras anuais utiliza apenas utiliza apenas 5,94 quilos por hectare no ano. O estudo também reforça a tese de que os drones tendem a ser ferramentas complementares e não concorrentes das aeronaves agrícolas.