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Estiagem nos Estados Unidos eleva preço do milho


Previsão de quebra na safra norte-americana faz cotação internacional do produto subir 10%; otimismo chega a produtores do Paraná. Contrariando as expectativas do setor produtivo, o mercado do milho começou a semana em alta. A tendência se mantém desde a semana passada, quando o anúncio de que a safra americana quebraria em oito milhões de toneladas elevou em 10% as cotações internacionais. O motivo da quebra é a seca que assola os Estados Unidos, agravada nos últimos 15 dias. A previsão do departamento de agricultura americano (Usda) é que a produção caia de 260 milhões de toneladas para 252 milhões de toneladas. No mercado interno - balizado pela paridade de exportação - a alta foi de R$ 1,00 por saca na última semana. ''Se o mercado interno não paga o preço da Bolsa de Chicago (que orienta as negociações internacionais de commodities), os exportadores compram todo o milho disponível'', explicou o corretor Nagib Abudi Filho, diretor da Investidor Global, de Londrina. Ontem, na cidade, a saca do milho fechou cotada a R$ 15,00. Em Chicago, a alta foi de 4% apenas na segunda-feira. Em Paranaguá, na semana passada, a valorização foi de 5,71%, alcançando média de R$ 17,76 por saca para exportação. ''O mercado está firme com compradores para todas as localidades''. Os vendedores, informou Nagib, estão segurando o produto a espera de melhores preços. Nagib comentou que o mercado não esperava altas significativas no preço do milho após os excelentes resultados da primeira safra e da safrinha. ''Mas ninguém pode prever as mudanças causadas por fatores climáticos'', explicou. Segundo ele, se a estiagem continuar nos EUA haverá novas valorizações. ''Com os resultados de Chicago, o mercado deve começar em alta amanhã (hoje)''. Apesar da alta, o preço do milho ainda está baixo com relação ao ano passado, quando a cotação chegou a R$ 27,00 por saca. Para o analista, o produto só terá condições de concorrer com a soja, na intenção de plantio do produtor, se ficar cotado entre R$ 18,00 e R$ 20,00. O produtor Pedro Lupatini, de Cascavel, confirma que está segurando o milho a espera de preços mais remuneradores. ''Ainda tenho produto da safra de verão para comercializar, fora a safrinha'', comentou ele, que tem feito pequenas vendas para atender clientes antigos do setor moageiro. ''Eles me pagam R$ 15,00 por saca'', disse. Lupatini informou que ainda tem mais de 20 mil sacas disponíveis. ''Não vendo por menos de R$ 17,00 por saca, nem que eu tenha que segurar até o ano que vem'', comentou. Soja A seca nos Estados Unidos também vai quebrar a safra de soja americana, que sofrerá redução de 2,2 milhões de toneladas. O anúncio do prejuízo já interferiu na cotação do grão, que teve alta de 5,5% no mercado futuro para entrega em novembro. Para março, a alta foi de 4,5%. Segundo Nagib, a cotação no mercado interno fechou a R$ 38,00 por saca, ontem.

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