Estabilidade nos preços mundiais de arroz
Em junho, os preços mundiais do arroz estiveram basicamente estáveis em comparação com o mês anterior
Em junho, os preços mundiais do arroz estiveram basicamente estáveis em comparação com o mês anterior. Os preços indianos e tailandeses permaneceram estáveis, enquanto os preços vietnamitas subiram 2%. Em contraste, os preços paquistaneses caíram consideravelmente, em 9%. No entanto, os preços mundiais tenderam a se fortalecer durante a segunda metade do mês devido à forte demanda de importação, especialmente dos países do Sudeste Asiático que buscam repor seus estoques antecipando uma possível queda na produção em 2023/2024 devido ao fenômeno climático El Niño, pesando ainda mais sobre os preços mundiais nos próximos meses e no primeiro semestre de 2024.
Em junho, o índice OSIRIZ/InfoArroz (IPO) diminuiu levemente 0,5 ponto, para 237,7 pontos (base 100=janeiro de 2000), contra 228,2 pontos em maio. No início de julho, o índice IPO tendia a se fortalecer significativamente para 245 pontos.
Produção mundial
De acordo com as últimas estimativas da FAO, a produção mundial de arroz em 2022 caiu 1,6%, para 779,4 Mt (517,6 Mt base
benediciado), contra 792,1 Mt em 2021. A produção sofreu das condições climáticas ruins no sul da Ásia, especialmente no Paquistão, onde as safras caíram 30%. Na China, a produção diminuiu 1,3%, bem como no Vietnã. Em contraste, a produção aumentou na Índia e na Tailândia. Nos Estados Unidos, a produção caiu mais 16% após uma nova redução das áreas arrozeiras.
No Mercosul, a produção caiu 11%, voltando ao nível de 2019. Na África Subsaariana, a produção de arroz foi novamente perturbada pela falta de insumos e inundações. No entanto, a produção africana em 2023 pode melhorar, especialmente na África Ocidental.
Em 2023, as estimativas atuais da produção mundial apontam, por em quanto, uma melhora de 1,2%, graças, em parte, à recuperação da produção paquistanesa e chinesa, mas em queda de 0,4% em relação ao volume recorde de 2021. Nos Estados Unidos, a produção poderia se recuperar atingindo o seu nível de 2021.
Comércio e estoques mundiais
Em 2022, o comércio mundial de arroz teria aumentado 7,3%, atingindo um recorde de 55,9 Mt, equivalente a 11% da produção mundial. Essa estimativa foi divulgada após a flexibilização das restrições de exportação da Índia. No entanto, os efeitos da queda na produção mundial em 2022 devem ser sentidos no comércio mundial em 2023, que pode cair 5,1% para 53 Mt. Na Ásia, as necessidades de importação permanecem estáveis, enquanto na África Subsaariana, as importações teriam aumentado 6% em 2022, devido à retomada das importações da Nigéria e da Costa do Marfim. Também se espera que as importações aumentem nas Américas e na União Europeia.
Do lado dos exportadores, as vendas indianas atingiram um novo recorde de 22,5 Mt, 5% a mais do que no ano anterior. A Índia manteve sua liderança com 40% das exportações mundiais. Enquanto isso, a Tailândia recuperou seu segundo lugar no ranking mundial, à frente do Vietnã, graças à forte atividade no mercado externo no final de 2022.
Os estoques mundiais de arroz terminando no final de 2022 teriam aumentado em 1% para 197 Mt contra 195 Mt em 2021. Isto
representa 38% das necessidades de consumo global e permanecem acima da média dos últimos cinco anos. A queda de 2% nas reservas chinesas foi amplamente compensada pelo aumento de 16% nas reservas indianas em 2022. Entretanto, as reservas chinesas permanecem abundantes, equivalentes a 70% do consumo interno e 50% dos estoques mundiais. Nos principais países exportadores, os estoques aumentaram 17% em 2022 para 58 Mt, já 30% dos estoques mundiais.
Em 2023, espera-se que os estoques mundiais diminuam 1%, para 195,1 Mt, devido a uma possível queda na produção mundial em 2022/2023.