Estabilidade no mercado de trigo com viés de alta

No Brasil, os preços do trigo mantiveram-se estáveis ao longo da semana, com tendência de alta para o produto de qualidade superior. No Rio Grande do Sul, a média de preços fechou em R$ 69,00 por saco, enquanto no Paraná o valor se manteve em R$ 76,00 por saco nas principais praças.

De acordo com dados divulgados pela Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (CEEMA), a colheita de trigo no país deve alcançar 8,43 milhões de toneladas este ano, um aumento em relação às 8,1 milhões de toneladas colhidas no ano passado. No entanto, essa projeção é inferior às expectativas iniciais de 10 milhões de toneladas. Com esse cenário, espera-se que as exportações totalizem 1,76 milhão de toneladas, uma queda em comparação aos 2,66 milhões do ano anterior. As importações, por outro lado, devem aumentar, variando entre 5,5 e 6,5 milhões de toneladas, segundo a StoneX. A Conab ainda mantém uma estimativa um pouco mais otimista, de 8,8 milhões de toneladas.

As geadas recentes que atingiram o Sul do Brasil trouxeram benefícios para o trigo do Rio Grande do Sul, mas causaram prejuízos consideráveis no Paraná. Segundo o Deral, 63% das lavouras paranaenses estavam em fases vulneráveis, como floração e frutificação, quando foram atingidas pela geada na última semana. Embora ainda seja cedo para quantificar os danos, é provável que a produção final seja inferior às estimativas atuais, o que poderá pressionar os preços do trigo de qualidade no mercado e aumentar a necessidade de importações no futuro.

Caso uma grande quantidade de triguilho, trigo de menor qualidade, seja produzida devido às intempéries, este poderá competir com o milho na produção de rações, limitando um potencial aumento nos preços do milho além dos níveis atuais.