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Preço da caixa de ovos nos EUA chega a R$70: o impacto da gripe aviária

Mais de 100 milhões de galinhas foram afetadas



Foto: Pixabay

O recente surto de gripe aviária nos Estados Unidos provocou uma crise no abastecimento de ovos, gerando uma escalada no preço do produto e deixando os supermercados com prateleiras vazias. A situação levou a preços extremamente altos, que, quando convertidos para o real, chegariam a R$70 por caixa de ovos, além de limitações nas compras e até roubos de cargas em estados como a Pensilvânia.

Para Andre Paranhos, Vice-Presidente da Falconi para o Agronegócio, essa crise é um alerta para o mercado brasileiro e mundial sobre a importância de uma gestão de riscos mais eficaz e estruturada no setor agropecuário.

"A crise de ovos nos EUA mostra como o agronegócio está suscetível a choques externos, seja por surtos sanitários, fatores climáticos ou dificuldades logísticas. A ausência de um plano de gestão de riscos bem desenvolvido pode transformar um desafio local em uma grande crise global," destaca Paranhos.

Desde o início do surto de gripe aviária em 2022, mais de 100 milhões de galinhas foram afetadas, com cerca de 30 milhões somente nos últimos meses de 2024, segundo a United Egg Producers. Esse cenário está criando um impacto significativo no preço dos ovos, com os consumidores enfrentando custos elevados e uma oferta reduzida do produto.

Andre Paranhos ressalta que, para evitar que situações semelhantes ocorram no Brasil, é necessário incorporar a gestão de riscos no planejamento do agronegócio. “O agronegócio brasileiro precisa entender que os riscos não estão apenas nas oscilações do mercado, mas também em fatores como surtos sanitários e mudanças climáticas. A adoção de uma gestão proativa e preventiva pode ajudar a mitigar os efeitos dessas crises antes que elas se tornem incontroláveis”, afirma o VP da Falconi.

Entre as estratégias que podem ajudar a reduzir os impactos de eventos inesperados no mercado de ovos, Paranhos menciona:

Diversificação da Produção: A dependência excessiva de um único produto, como os ovos, pode ser um risco em tempos de crise. Ao diversificar, os produtores garantem uma rede de segurança para o negócio.

Monitoramento e Biossegurança: Investir em práticas rigorosas de biossegurança e em sistemas de monitoramento contínuo ajuda a prevenir surtos de doenças, como a gripe aviária, que podem devastar a produção.

Gestão de Estoques e Logística: Ter uma estratégia de estoques eficaz e otimizar a cadeia logística são medidas importantes para garantir o abastecimento, mesmo diante de dificuldades externas.

Tecnologia e Dados: A utilização de ferramentas de análise preditiva e inteligência artificial oferece uma vantagem competitiva ao antecipar tendências de mercado e identificar problemas antes que eles se agravem.

Seguro Rural: A contratação de seguros específicos para o setor agropecuário pode ajudar a reduzir os impactos financeiros de variações abruptas de preço ou desastres naturais.

Para Paranhos, a crise dos ovos no mercado internacional não deve ser vista como uma fatalidade, mas como uma oportunidade de transformação no agronegócio. “O mercado precisa passar por uma evolução, onde a gestão de riscos seja vista como uma ferramenta estratégica, não apenas para enfrentar crises, mas para tornar os negócios mais resilientes e competitivos”, conclui o especialista.

O aumento nos preços dos ovos, impulsionado por surtos sanitários e dificuldades logísticas, é um reflexo da vulnerabilidade do agronegócio a fatores externos imprevistos. No entanto, a implementação de uma gestão de riscos sólida e a adoção de medidas preventivas e tecnológicas podem garantir maior segurança e competitividade, tornando o setor mais preparado para os desafios do futuro.

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