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Escassez de água também ameaça frigorífico em Alta Floresta

No total, as plantas de Colíder e Alta Floresta empregam 1,4 mil funcionários



No total, as plantas de Colíder e Alta Floresta empregam 1,4 mil funcionários

A planta frigorífico da JBS em Alta Floresta (297 quilômetros de Sinop) também está sofrendo as consequências da estiagem. A assessoria da empresa confirmou, ao Só Notícias/Agronotícias, que o problema é semelhante ao que ocorre em Colíder (252 quilômetros de Sinop), no entanto, descartou um possível encerramento das atividades. “A escassez de chuva está comprometendo o nível da água nos reservatórios que abastecem as unidades. Apesar disso, a empresa reitera que não há previsão de fechamento da unidade e que vem tomando todas providências necessárias para continuidade da operação em sua unidade”, destacou.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Carnes e Laticínios do Portal do Amazônia (Sintracal), José Evandro Navarro, afirmou que tem conhecimento da situação e teme pelo reflexo para os funcionários. “Estive em contato com a empresa no início do mês e a situação estava crítica. A escassez no reservatório estava sendo amenizada com o auxílio de caminhões-pipa. Por enquanto, o que a gente sabe é que não vai ter suspensão. Porém, se chegar ao ponto de férias coletivas será muito ruim para os trabalhadores pois tira toda a programação das férias. Desestrutura o planejamento”, explicou.

A escassez de chuva tem sido pontuada pelos criadores de gado mato-grossenses deste o fim de 2015. As irregularidades climáticas têm prejudicado a formação de pastos, como pontua o gerente de projetos da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Fábio da Silva. Ele explica que sem chuva não há formação de pasto, o que prejudica no equilíbrio de peso dos animais.

O gerente afirma que durante o período de seca, o criador precisa suplementar o gado com ração à base de milho ou farelo de soja. “Mas a escassez de chuvas também prejudicou as lavouras gerando a queda na produção, fazendo com que o preço ficasse elevado no mercado interno. Esta situação também reduziu as perspectivas de confinamento do rebanho mato-grossense, porque o custo para isso ficou impraticável”.

Os problemas gerados pela escassez de chuva vêm sendo anunciados pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), que em julho apontou que os produtores tenderiam a intensificar as negociações com os frigoríficos em agosto, já que as pastagens disponíveis davam sinais de exaustão. “Isso dificulta a manutenção do rebanho na área. Vale ressaltar que a suplementação se tornou mais cara este ano, desestimulando a engorda de bovinos com “consórcio” pasto e cocho.

Além disso, vê-se que nem mesmo o aumento na oferta de animais para o abate foi suficiente para alongar as escalas, assim como ocorreu em 2015, plantas frigoríficas relataram o encerramento de suas atividades. Dito isso, vislumbra-se um momento delicado, e com a intensificação da seca, o consumo interno em queda e as margens apertadas, o cenário que se forma é nebuloso, gerando desafios para toda a cadeia produtiva”, afirmam os técnicos do Imea.

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