EPA não encontra ligação do paraquat com Parkinson
Em 2017 um estudo norte-americano havia encontrado uma ligação
Não há evidências suficientes para concluir que o paraquat causa a doença de Parkinson, informou a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos em uma avaliação de efeitos à saúde divulgada terça-feira. A avaliação foi feita recentemente nos Estados Unidos, a partir de várias alegações.
Para exposições ocupacionais, "há evidências epidemiológicas limitadas, mas insuficientes, de uma clara relação associativa ou causal", afirmou a EPA no documento de efeitos à saúde humana que foi divulgado após a conclusão do estudo. O rascunho da avaliação de risco ecológico da agência identifica riscos potenciais para mamíferos, aves, abelhas adultas, plantas terrestres e algas.
A EPA baseou o seu veredito nas conclusões de Parkinson "em resultados mistos na coorte [Agricultural Health Study] e em outras populações de estudo. Todos esses estudos podem estar sujeitos a incertezas devido a limitações em seu design, abordagem de avaliação da exposição e potencial de viés", completa a avaliação.
O Centro de Diversidade Biológica criticou rapidamente a conclusão do Parkinson. "A análise da EPA descartou evidências consideráveis de que o paraquat demonstrou mais do que o dobro do risco de desenvolver a doença de Parkinson em trabalhadores rurais e outros que sofrem exposição ocupacional", afirmou o grupo. As avaliações têm um período de comentários de 60 dias e fazem parte da revisão de registro da EPA do herbicida amplamente utilizado.
Em 2017, cientistas da Universidade de Northwestern usaram uma técnica de edição de genes para identificar os caminhos que levam à doença de Parkinson a quem é exposto ao Paraquat, um dos herbicidas mais usados no mundo. No Brasil, a Anvisa determinou o banimento do ingrediente ativo em três anos - período no qual os interessados poderão ainda apresentar provas de que pode haver uso seguro da substância.