Entenda quais sãos as maiores mentiras sobre o leite
Veterinária abordou de forma científica as desinformações que costumam rondar a cadeia leiteira
As mentiras do queijo foram rebatidas de maneira científica durante uma transmissão ao vivo, promovida, nesta quinta-feira (30), no Canal do Youtube do Sistema FAEP/SENAR-PR – em parceria com o movimento Beba Mais Leite. No encontro, a médica veterinária Ana Paula Menegatti respondeu a perguntas dos espectadores e desmistificou mitos comumente disseminados sobre a cadeia leiteira. Entre os exemplos estiveram o de que o ser humano é o único mamífero que segue bebendo leite depois de adulto, de que é preciso ferver o leite já pasteurizado e de que as cores nas caixinhas indicariam fraude no alimento.
Ana Paula, entre outras funções, é especialista em desmascarar as mentiras sobre o leite e o queijo. Ela é uma das idealizadoras do movimento Beba Mais Leite, que busca produzir conteúdo e promover ações que informem sobre os benefícios do consumo de lácteos. O grupo produz uma das revistas segmentadas na área de leite mais conhecidas do Brasil, a Leite Integral, cujo acesso é gratuito e feito de forma digital (revistaleiteintegral.com.br).
Durante a transmissão ao vivo, Ana Paula Menegatti contou aos participantes que o movimento Beba Mais Leite surgiu quando a filha mais velha dela nasceu. Com o tema “Nutrição é uma ciência, não um ponto de vista”, ela e outras mães se juntaram após perceberem que o ato de oferecer leite como alimento para crianças estava caindo. “Vemos inverdades e ignorância em torno dos lácteos. E nós devemos combater isso com informações reais e concretas dar à pessoa a opção de decidir incluir ou não lácteos na dieta”, cravou Ana Paula.
Sobre a mentira de que o ser humano é o único mamífero que bebe leite na idade adulta, por exemplo, Ana Paula rebateu dizendo que o ser humano é também o único mamífero que cozinha os alimentos e que bebe chope. “Nós somos o único mamífero que domesticou as vacas. Se um macaco conseguisse ordenhar as vacas, ele certamente também consumiria este alimento”, explicou.
Ana Paula também lembrou do mito de que as corem embaixo das caixas de leite longa vida seriam vestígios de fraude no leite. “Eu acho que essa foi a primeira fake news que lembro de ler na vida. Foi no final nos anos 1990, quando era populares as corrente de email. Quem já mandou imprimir um cartaz na gráfica sabe que aquelas cores são a prova de cor da impressora. É uma loucura que alguém acredite que um fraudador em potencial marque o seu crime na caixinha, deixando vestígios. Sem contar que a fiscalização é muito rígida em todas as etapas de produção”, enfatizou.
Outro mito derrubado ao longo da fala de Ana Paula foi o fato de que seria necessário ferver o leite industrializado para que possa ser consumido. Ela lembrou que o consumo de leite cru não é permitido e que os processos de pasteurização (leite de saquinho) e de ultra pasteurização (de caixinha) tornam o leite pronto para ser consumido. “Sou médica veterinária, mãe de duas meninas, de 10 e 8 anos. Não é recomendado ferver o leite que já está pronto para o consumo, porque isso faz ele perder uma parte de suas propriedades nutricionais”, detalhou.
Prêmio Queijos do Paraná
A live fez parte das ações previstas no Prêmio Queijos do Paraná, idealizado pelo Sistema FAEP/SENAR-PR, o Sebrae-PR, o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná e o Sindileite-PR. Criada para divulgar e valorizar os derivados lácteos produzidos artesanal ou industrialmente no nosso estado, a iniciativa terá 19 categorias: 12 voltadas a variedades produzidas a partir de leite de vaca; duas de leite de cabra; duas de leite de ovelha; duas de leite de búfala; e uma categoria para criações, como queijos aromatizados ou condimentados.
A premiação ocorre em 1º de junho de 2023 – Dia Mundial do Leite. A expectativa da comissão organizadora é de que centenas de queijos produzidos no Paraná participem do concurso. As inscrições podem ser feitas até o dia 31 de março no endereço: sistemafaep.org.br/premio-queijos-do-parana/