O fenômeno conhecido como Boi Sanfona acontece no período seco do ano (na região do Cerrado) onde os animais perdem peso ao invés de ganhar, simplesmente pela paralisação de produção do pasto. E quando o período das águas retorna, esses animais voltam a ganhar peso. Esse vai e volta no ganho de peso é denominado de Boi Sanfona e causa muitos prejuízos aos produtores.
“Temos uma paralisação de produção da forragem no Brasil central, onde temos marcados seis meses de chuva e seis meses sem chuva, ou seja, na época das chuvas as pastagens produzem alimento para o gado e com a entrada do inverno – período mais seco do anos - as pastagem não tem taxa de acúmulo de forragem ou quando tem, é muito baixa, impossibilitando na maioria das vezes uma oferta de forragem adequada para a lotação animal da propriedade”, explica Ulisses Figueiredo, Líder do Programa e Melhorista da Barenbrug do Brasil.
Por ser uma condição tão desfavorável de produção, o produtor precisa se atentar e utilizar estratégias para mitigar essa época crítica de produção de forragem na fazenda. Historicamente, o produtor sempre usou um sistema de produção extensionista, onde a terra não era um fator limitante. Mas, com o passar dos anos e a modernização da atividade, criou-se novas necessidades, como diminuir os prejuízos causados pelo boi sanfona.
Para evitar o efeito, o produtor rural precisa fazer o planejamento forrageiro adequado, ou seja, projetar o rebanho que terá durante todo o ano, considerando a produção de forragem para alimentar estes animais. O mais importante para cada caso, o produtor deve usar forrageiras que atendam sua demanda, mas que também respeitem a aptidão da fazenda (tipo de solo, clima, etc.) e o sistema de produção (cria, recria, engorda, sistema completo, etc.). As boas escolhas e a estratégia correta são a chave para o sucesso.
“Basicamente é preciso conhecer o sistema de produção que é usado, e a partir daí verificar a aptidão da fazenda (tipo de solo, clima, nível de investimento, etc.). Uma vez tendo essas informações, é preciso projetar a produção de forragem ao longo do ano, considerando quais cultivares tem na propriedade, qual nível de fertilidade está sendo usado, como é produção acumulado no ano dessas forrageiras e, com essa última informação, o produtor consegue checar se pelo rebanho que tem ou que planeja ter, terá de conservar forragem para o período seco do ano ou se irá fazer uma ajuste de lotação para manter uma oferta de forragem. Tudo isso deve ser acompanhado de uma análise econômica, para ver se esse planejamento é viável ou não financeiramente”, explica Figueiredo.
Como o novo cultivar Sabiá pode ajudar o produtor?
Se bem manejado, o novo cultivar da Barenbrug do Brasil, o Sabiá, pode contribuir para uma boa produção de forragem no período seco do ano. Além disso, usando a forrageira no manejo de diferimento, o produtor terá alta produtividade de massa seca foliar quando comparado ao cv. Marandu e ao cv. Basilisk (Decumbens), e uma forragem com alta qualidade, mesmo no período seco do ano. Isso contribuirá muito para mitigar a paralisação da produção nos sistemas pecuários do país.
“Além de produzir até 34% do ano no período seco, no final da estação de chuvas tem o florescimento tardio, ou seja, garantirá mais qualidade da forragem e também um manejo mais fácil do pastejo, em detrimento das plantas não acumularem perfilhos reprodutivos”, finaliza Ulisses.