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Endividamento no campo: produtores pedem medidas urgentes para evitar colapso financeiro

Produtores rurais do RS pressionam por prorrogação de dívidas



Foto: Divulgação

Na manhã desta segunda-feira (17), agricultores ligados à Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (FETAG-RS) realizaram uma mobilização em diversos municípios do estado. O protesto teve como objetivo pressionar autoridades por medidas urgentes para minimizar os impactos da estiagem e garantir a sustentabilidade da produção agrícola.

Apesar das chuvas que dificultaram a mobilização em algumas localidades, cidades como Não-Me-Toque e Santiago registraram grande adesão, com a presença de produtores, máquinas agrícolas e tratores. Durante o ato, foram entregues pautas reivindicatórias a órgãos como prefeituras, secretarias de agricultura e câmaras municipais.

Demandas do setor

De acordo com Arlei Romeiro, diretor financeiro da Associação dos Produtores e Empresários Rurais (APER), a principal reivindicação é a prorrogação dos vencimentos das parcelas de custeio agrícola já em andamento. “Há vencimentos ocorrendo agora, e o produtor precisa desse fôlego para reorganizar suas finanças e se manter na atividade”, destacou.

Outro ponto central da mobilização é o apoio ao Projeto de Lei 320/2025, que propõe a securitização das dívidas rurais. “Esse projeto já está protocolado no Senado e pode trazer um alívio para o produtor não apenas no Rio Grande do Sul, mas em qualquer estado que enfrente catástrofes climáticas, como estiagem e outros fenômenos extremos”, explicou Romeiro.

Além da renegociação das dívidas, os agricultores também reivindicam mudanças nas políticas de crédito rural adotadas pelas instituições financeiras. Segundo Romeiro, muitos produtores acabam assinando contratos com taxas de juros impagáveis, sem conhecimento pleno da legislação. “O produtor tem direito à prorrogação das parcelas em caso de frustração de safra, acessando o Manual de Crédito Rural (MCR), mas essa informação não chega a ele de forma clara”, criticou.

Denúncias e articulações políticas

Para pressionar as autoridades, a APER e outras entidades protocolaram denúncias no Ministério Público Federal, no Banco Central e no Tribunal de Contas da União, questionando a forma como os bancos vêm operando o crédito rural. “Temos três demandas cruciais que precisam andar em paralelo: a prorrogação dos vencimentos, o alongamento das dívidas via securitização e a mudança na prática das instituições financeiras na concessão de crédito”, ressaltou Romeiro.

A mobilização da FETAG-RS e das entidades do setor rural reforça a preocupação com o crescente endividamento dos produtores e a necessidade de medidas concretas para garantir a viabilidade econômica da agricultura. Os manifestantes esperam que o governo federal e as instituições financeiras atendam às reivindicações, evitando um colapso no setor produtivo.

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