Embrapa Trigo: meio século de inovação e pesquisa para a autossuficiência brasileira
A Expansão do Trigo e a caminhada pela autossuficiência
Foto: Aline Merladete
Nesta segunda-feira, 28 de outubro de 2024, a Embrapa Trigo completa 50 anos, consolidando-se como um dos alicerces da pesquisa. Desde sua criação em 1974, a unidade, localizada em Passo Fundo (RS), tem sido fundamental na superação de desafios e na construção de soluções para a triticultura no Brasil. Sob a liderança do chefe-geral Jorge Lemainski, a Embrapa segue determinada a tornar o país autossuficiente na produção de trigo, além de fomentar a competitividade e sustentabilidade da agricultura nacional.
A Expansão do Trigo e a caminhada pela autossuficiência
Embora a produção de trigo no Brasil ainda dependa de importações, os avanços recentes trazem expectativas promissoras. A pesquisa da Embrapa permitiu o desenvolvimento de novas variedades que se adaptam a diferentes condições climáticas, possibilitando a expansão do cultivo para estados fora da região Sul, como Roraima, Piauí e Maranhão. A perspectiva é que, dentro de dez anos, o Brasil alcance a autossuficiência, especialmente com a ampliação das áreas no Cerrado do Brasil Central.
Além do trigo para panificação, a Embrapa investe em cereais de inverno como aveia, triticale e cevada, posicionando-os como alternativas ao milho na formulação de rações para aves e suínos. O chefe-geral Jorge Lemainski destaca que esses cereais oferecem uma solução eficiente para reduzir a dependência de insumos importados e impulsionar a sustentabilidade. "A substituição do milho pelo triticale em rações para suínos, sem perda de desempenho, é um avanço significativo para o setor de proteína animal", explica Lemainski, apontando que a inovação atende à crescente demanda do Sul do Brasil por fontes alternativas de alimentação animal.
A fundação da Embrapa Trigo
A trajetória da Embrapa Trigo é revisitada pelo escritor e membro da Academia Passo-Fundense de Letras, Gilberto Cunha, em um artigo detalhado sobre a inauguração da unidade. Segundo Cunha, o dia 28 de outubro de 1974 foi um marco que mudou o rumo da triticultura no Brasil, reunindo personalidades influentes como o então presidente Ernesto Geisel e o ministro da Agricultura, Alysson Paulinelli.
O artigo destaca que a inauguração em Passo Fundo, com forte aparato militar e presença limitada de autoridades, simbolizou o início de um plano ousado para expandir a produção de trigo no Rio Grande do Sul. Na ocasião, o presidente da Embrapa, Irineu Cabral, discursou sobre a missão do novo Centro Nacional de Pesquisa de Trigo: “dedicar todo o esforço necessário à produção de trigo de que o Brasil necessite”.
Gilberto Cunha relembra a cerimônia como um momento de grande expectativa, ressaltando o pioneirismo dos cientistas e gestores que contribuíram para transformar a triticultura nacional. “A criação da Embrapa Trigo inaugurou uma nova era para a pesquisa agrícola brasileira e para a cidade de Passo Fundo, deixando um legado de inovação que perdura até hoje”, pontua o autor.
Compromissos para o futuro
Os 50 anos da Embrapa Trigo reafirma seu compromisso com a inovação e a sustentabilidade. Lemainski ressalta a importância da cooperação entre ciência e produção rural, destacando que o futuro da triticultura vai além do uso na panificação. "O emprego de cereais de inverno na produção animal é um passo essencial para tornar o Brasil mais independente e sustentável", diz ele, enfatizando o papel das novas tecnologias nesse processo.
Com os olhos voltados para o futuro, a Embrapa Trigo trabalha para fortalecer o agronegócio brasileiro e reduzir a dependência de importações, garantindo uma produção mais eficiente e sustentável. O aniversário de 50 anos da Embrapa Trigo é uma homenagem aos pioneiros que construíram a base da pesquisa agropecuária no Brasil e uma reafirmação do compromisso da instituição com a inovação e a sustentabilidade para as próximas gerações.
