A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) está prestes a instalar o seu primeiro Labex "invertido", com sede na Colômbia. Labex são os Laboratórios Virtuais da Embrapa no Exterior, hoje com presença nos Estados Unidos e França. Estas unidades foram criadas em 1998 e 2002, respectivamente, para monitorar o avanço da ciência no mundo e prospectar tecnologias de interesse do agronegócio brasileiro. A terceira iniciativa do gênero terá função inversa – exportar conhecimento.
A Embrapa é hoje reconhecida internacionalmente como detentora de expressivo e qualificado estoque de conhecimento científico e tecnológico, sobretudo para as regiões tropicais. "E este reconhecimento tem sido traduzido por forte demanda de países da África, América Latina, Ásia e Oriente Médio por assistência para promover o desenvolvimento dos seus setores agrícolas", diz o chefe da secretaria de cooperação internacional da Embrapa, Sebastião Barbosa. Nesse segmento, a empresa já mantém 275 acordos de cooperação técnica com 56 países e 155 instituições de pesquisa.
O núcleo a ser montado na América Latina vai funcionar nos moldes dos anteriores - em parceria com instituições internacionais, com as quais os pesquisadores compartilham instalações físicas, equipamentos, reagentes e equipes. "A idéia é que o novo Labex seja um pólo de irradiação de conhecimento para toda os países do continente latino-americano que, ao lado dos da África, ganharão atenção especial nesta gestão", diz Barbosa.
A Colômbia, por exemplo, busca no Brasil processos agropecuários que melhorem a produção e produtividade da pecuária de corte e leite e a redução da degradação de pastagens. No sentido contrário, o Brasil pode se beneficiar de tecnologias avançadas que a Colômbia dispõe, principalmente em dendê, café, flores, controle biológico e agricultura familiar.