O Porto de Santos poderá ser duplicado no prazo de cinco anos, afirmou ontem o presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), José Melo Rêgo. O projeto foi uma das questões apresentadas ontem ao Ministério dos Transportes em audiência pública sobre os dez anos da sanção da Lei dos Portos (lei 8.630). As avaliações e propostas feitas dos empresários e técnicos serão consolidadas por uma equipe representativa de usuários, trabalhadores, operadores e do governo, e servirão de base para eventuais aperfeiçoamentos da lei e dos regulamentos do setor, informou o ministro dos Transportes, Anderson Adauto.
"Vamos fazer uma avaliação profunda, sem preconceitos", disse o ministro, prometendo implementar o que for consensual. Ele disse que, diante da escassez de recursos, o governo dará prioridade a oito portos e concentrará neles os investimentos necessários, principalmente para os planos de aumento das exportações brasileiras. Este critério abrange Santos, Rio Grande, Paranaguá e Sepetiba, entre outros, segundo Adauto.
O projeto de duplicação do Porto de Santos, denominado Barnabé-Bagres, está orçado em R$ 2 bilhões, disse o presidente da Codesp. O projeto consistirá na construção de atracadouros paralelos, na água, entre as ilhas de Barnabé e de Bagres, contíguas à área atual do porto. Com isso, o sistema portuário de Santos ficará com capacidade de movimentar 140 milhões de toneladas anuais de carga, o dobro da capacidade atual.
Rêgo prevê que a capacidade atual de Santos estará esgotada em 5 anos, pois o movimento cresceu 11% ao ano nos dois últimos anos, e está em 18% neste exercício. Com isso, o movimento subiu de 53 milhões de toneladas em 2002 para uma previsão de 57 milhões neste ano, aproximando-se do limite de 70 milhões. Investidores japoneses, espanhóis e da África do Sul teriam manifestado interesse no projeto, informou o presidente da Codesp.