Drones russos atingiram armazéns de cereais em Odessa
A Ucrânia acusou a Rússia de ter lançado ataques com drones contra armazéns de cereais num porto do Danúbio
A Ucrânia acusou a Rússia de ter lançado ataques com drones contra armazéns de cereais num porto do Danúbio, na região de Odessa. Esta quarta-feira, as forças do Kremlin abateram mais três “aparelhos não tripulados” na região de Kaluga, a sudoeste de Moscovo. "Os terroristas russos realizaram dois ataques com drones na região de Odessa na noite passada", anunciou esta quarta-feira o governador regional de Odessa, Oleg Kiper, nas redes sociais. "Como resultado dos ataques inimigos a um dos portos do Danúbio, os armazéns de cereais foram danificados", acrescentou.
No entanto, Oleg Kiper não especificou qual dos portos foi atacado. A Ucrânia tem dois portos internacionais no rio Danúbio – Reni e Izmail. Ambos já foram alvo de ataques.
O ataque surge no dia em que um porta-contentores deixou o porto de Odessa, no âmbito de um novo corredor temporário para navios mercantes.
A Ucrânia anunciou, na passada semana, um “corredor humanitário” no Mar Negro para libertar navios de carga que ficaram presos nos seus portos desde que a Rússia lançou a invasão a 24 de fevereiro de 2022.
Para já, Moscovo não confirmou se vai respeitar o “corredor humanitário”. "Um primeiro navio usou o corredor temporário para navios mercantes de e para os portos de Odesa", afirmou o vice-primeiro-ministro Oleksandr Kubrakov no Facebook.
Oleksandr Kubrakov esclareceu ainda que o “corredor humanitário vai ser usado principalmente para evacuar navios que estavam nos portos ucranianos (Chornomorsk, Odesa e Pivdennyi) no momento da invasão em grande escala da Federação Russa”.
O governante identificou o navio porta-contentores como o Joseph Schulte, de bandeira de Hong Kong, e revelou que a embarcação estava no porto de Odessa desde 23 de fevereiro de 2022, um dia antes da invasão. O navio transporta mais de 30 mil toneladas de carga em 2.114 contentores.
Entretanto, Kiev afirma que recapturou, na passada segunda-feira, Urozhaine na região de Donetsk das forças russas, revelou a vice-ministra ucraniana da Defesa, Hanna Maliar. "Urozhaine libertada", escreveu Maliar no aplicativo de mensagens Telegram. "Nossos defensores estão entrincheirados na periferia."
Nos últimos dias, batalhas ferozes ocorreram em torno de Urozhaine e Staromaiorske, cerca de 60 milhas a sudoeste de Donetsk, controlado pela Rússia.
Mais três drones ucranianos abatidos em Kaluga
A Rússia revelou ter abatido três drones ucranianos na região de Kaluga, a sudoeste de Moscovo, numa altura em que aumentam os ataques ucranianos deste tipo contra a capital russa.
Por volta das 5h00 locais (2h00 GMT), uma tentativa de ataque de Kiev utilizando "três veículos aéreos não tripulados (...) na região de Kaluga foi frustrada", informou o Ministério da Defesa russo no Telegram. "Todos os drones foram detetados e destruídos a tempo pelos sistemas de defesa aérea russos", frisou o ministério, acrescentando que não houve vítimas ou danos como resultado do ataque.
Os dispositivos foram neutralizados "no sul da região de Kaluga", acrescentou o governador local Vladislav Chapcha no Telegram.As incursões com drones ucranianos nos territórios controlados pela Rússia têm-se multiplicado nas últimas semanas, visado sobretudo a capital e a península anexada da Crimeia.
Está é pelo menos a quinta vez que a Rússia afirma ter abatido drones na região de Kaluga, após ataques semelhantes a 3 e 7 de agosto, bem como na quinta e no sábado.
Sete drones ucranianos foram neutralizados a 3 de agosto sem causar vítimas ou danos, de acordo com o Ministério da Defesa russo e o governador regional.
No final de julho e início de agosto, outras aeronaves foram destruídas sobre a zona empresarial de Moscovo, a oeste da capital russa, causando danos ligeiros nas fachadas de duas torres. Em maio, dois drones foram abatidos sobre o Kremlin.