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Dólar valorizado desafia o mercado de soja: veja o que esperar

No curto prazo, o mercado pode observar pressões adicionais



Foto: Pixabay

O mercado de soja tem mostrado dinâmicas desafiadoras nas últimas semanas, conforme aponta a análise de mercado da Grão Direto. O plantio da safra brasileira 2024/25 avançou rapidamente, alcançando 78,2% da área prevista até o momento, superando a média histórica de 71,1% nos últimos cinco anos. Enquanto regiões como o Centro-Oeste foram favorecidas por chuvas regulares, áreas como o oeste de Mato Grosso do Sul enfrentam a seca, com expectativa de retorno significativo das precipitações apenas em dezembro.

Na Argentina, a situação segue promissora. Segundo a Bolsa de Cereales, o plantio atingiu 20,1% da área prevista, um avanço semanal de 12,2%. As condições climáticas favoráveis têm impulsionado o progresso das lavouras, com expectativa de um ritmo sólido nas próximas semanas.

No cenário global, o mercado tem enfrentado a pressão de um dólar valorizado, que fechou próximo a R$ 5,79. A incerteza em torno da política monetária dos Estados Unidos e a resistência da inflação norte-americana reforçam a posição do Federal Reserve em manter uma abordagem cautelosa em relação aos cortes na taxa de juros. Esse fortalecimento do dólar globalmente reduz a competitividade de moedas emergentes, impactando as negociações no Brasil.

Em Chicago, os contratos futuros de soja registraram quedas . O contrato de janeiro de 2025 encerrou a US$ 9,98 por bushel (-2,35%), enquanto o vencimento de março caiu para US$ 10,09 (-2,51%). No curto prazo, o mercado pode observar pressões adicionais. A alta produção de carne suína na China, combinada com um consumo abaixo do esperado, tem reduzido a demanda por farelo de soja. No entanto, os suinocultores chineses esperam que a demanda aumente sazonalmente no final do ano, o que poderá impulsionar o mercado de farelo em 2025.

No Brasil, as boas condições de plantio prometem uma safra de alta qualidade. Contudo, o grande volume de soja a ser comercializado entre fevereiro e março pode criar gargalos logísticos. Além disso, a pressão sobre os preços futuros aumenta, especialmente para o grão disponível, enquanto os prêmios futuros apresentam tendência de baixa.

A volatilidade no mercado cambial continuará influenciando as negociações internas. Com a perspectiva de um dólar forte, é provável que haja um contrapeso nas cotações domésticas, compensando parte das perdas observadas nos contratos em Chicago.

 

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