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Dólar deve ficar em R$ 3,90 ano que vem

Diversos fatores internos e externos podem influenciar a moeda brasileira



De acordo com o Rabobank, o Dólar norte-americano deve fechar este ano em R$ 4,00, para então começar a retroceder até o patamar de R$ 3,90 no final de 2020. É o que aponta o estudo “Perspectivas para o agronegócio brasileiro 2020”, divulgado essa semana pela instituição financeira especializada nesse segmento.

“Quanto à taxa de câmbio, em meio a desafios locais (riscos de prosseguimento das reformas) e um contexto global desfavorável (e.g. desaceleração econômica, tensões comerciais), projetamos uma taxa cambial de 4,00 por dólar ao final deste ano e 3,90 por dólar ao final de 2020”, aponta o relatório do Rabobank.

De acordo com essa análise, a desaceleração mais acentuada nas principais economias do mundo, além de eventual agravamento nas tensões comerciais ‘sino americanas’ ou até retrocesso no que se refere à pauta de reformas fiscais no Brasil, podem desvalorizar o Real perante o Dólar. 

Por outro lado, ressalta o banco, surpresas positivas em relação à tramitação dos ajustes macroeconômicos, fluxos de entrada de recursos em função das novas concessões e privatizações, e a retomada do afrouxamento monetário por parte dos bancos centrais das principais economias, podem valorizar o Real perante o Dólar.

PIB

Supondo uma volatilidade moderada nas condições financeiras e o avanço das reformas necessárias, diz o banco, é projetado um crescimento do PIB de 0,9% em 2019: “O que daria continuidade ao quadro atual de recuperação gradual da atividade econômica, do emprego e do consumo. Para a taxa básica de juros (Selic), projetamos o fim do ciclo de afrouxamento em 4%, em meados de 2020. Acreditamos que a inflação se elevará de 3,3% este ano para 3,8% no próximo ano, permanecendo ainda abaixo da meta central do BC (4,25% em 2019 e 4,00% em 2020)”.

Segundo a instituição financeira, “somente o controle do crescimento dos gastos obrigatórios com aposentadorias não é suficiente para garantir uma trajetória sustentável para a dívida pública no curto prazo. Outras medidas fiscais, como a reforma administrativa e a criação de mecanismos de ajustes de despesas obrigatórias em situações de emergência fiscal, por exemplo, são de igual importância e já estão sendo endereçadas pela equipe econômica”. 

“A aprovação da reforma da previdência com margem confortável de votos nas duas casas pode ser um bom agouro, uma vez que parece explicitar a convergência do Executivo e Legislativo em torno da urgência da situação fiscal. Além disso, a atual administração parece compreender a necessidade de atacar em paralelo outros gargalos da economia brasileira. A independência formal do banco central, o avanço em privatizações e concessões, a reforma tributária, a simplificação das regulações, melhora do ambiente de negócios e o desbravamento do comércio exterior via novos acordos comerciais são exemplos de como ainda há muito a ser feito”, aponta o Rabobank.

“Em caso de retrocesso ou frustrações na continuidade dos ajustes, o otimismo atual do mercado tende a se reverter, levando a piores condições de mercado e expectativas econômicas. Os impactos financeiros poderiam ser sentidos a qualquer momento, dependendo do grau de paciência dos investidores e das condições financeiras globais”, conclui em seu estudo.

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