Dólar alto encarece frutas importadas para festas de fim de ano
Brasil gasta quase US$ 1 bilhão com importação de frutas até outubro
Segundo dados divulgados nesta quinta-feira (5) no Boletim Semanal de Conjuntura Agropecuária produzido pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, com base no Agrostat, ferramenta do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o Brasil gastou US$ 926,4 milhões na importação de 625,5 mil toneladas de frutas até outubro de 2024. A cesta de frutas importadas, que inclui itens como nozes, castanhas, cerejas, damascos, tâmaras e uvas passas, é tradicionalmente associada às festas de fim de ano.
Com a valorização do dólar frente ao real, que passou de R$ 4,85 em novembro de 2023 para R$ 6,04 em 2024, o preço desses produtos subiu no mercado interno.
O Brasil importou 8 mil toneladas de cerejas até outubro de 2024, ao custo de US$ 30,3 milhões, com preço médio de US$ 3.801 por tonelada. O volume é 49,1% menor que o do ano passado, assim como o valor gasto, que caiu 53,4%. O Chile foi responsável por 75,1% das cerejas importadas.
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A importação de damascos totalizou 2,5 mil toneladas e US$ 13,6 milhões em 2024, com preço médio de US$ 5.359 por tonelada. Houve queda de 20,3% em volume e de 29,2% nos valores em relação ao ano anterior. A Turquia forneceu 92,7% do total.
Os figos registraram redução expressiva de 76,1% no volume importado, com apenas 98 toneladas adquiridas, ao custo de US$ 494 mil. O preço médio, no entanto, subiu 29,9%, alcançando US$ 5.020 por tonelada. A Turquia forneceu 69,3% do total.
A importação de tâmaras cresceu 16,7% em volume, com 3,3 mil toneladas compradas por US$ 7,1 milhões. O preço médio foi de US$ 2.114 por tonelada. A Tunísia foi responsável por 80,7% das importações brasileiras.
As compras de uvas passas diminuíram 21% em volume e 11,5% em valor, totalizando 24,6 mil toneladas por US$ 47,7 milhões. Apesar disso, o preço médio subiu 12,1%, alcançando US$ 1.938 por tonelada. A Argentina forneceu 79,9% do total.
A combinação de aumento no câmbio e variações nos preços médios reflete o impacto da economia global e das oscilações no mercado internacional, especialmente em produtos de alto consumo sazonal no Brasil.